Um levantamento inédito realizado pelo iG com especialistas revela que 3.527 pessoas morreram em acidentes da aviação comercial no Brasil. Desde a primeira tragédia, presenciada por Santos Dumont há exatos 85 anos, 460 desastres ceifaram vidas e criaram, no imaginário popular, uma sensação de insegurança incompatível se o dado for comparado ao número de brasileiros que perdem a vida, todos os anos, em acidentes de trânsito.
Afinal, o que é mais seguro, andar de carro ou de avião? No Brasil, o trânsito mata 12 vezes mais. De acordo com o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), 42 mil brasileiros morrem por ano em colisões, número que redimensiona todas as perdas em catástrofes aéreas no últimos 85 anos.
O Brasil, é verdade, tem 80 milhões de veículos, entre carros e motos, contra as 679 aeronaves que realizam voos comerciais. Mas, de acordo com a Agência Nacional da Aviação Civil (Anac), mais de 88 milhões de passageiros embarcaram em 989 mil voos domésticos nos terminais brasileiros no ano passado.
Em 3 de dezembro de 1928, o país tinha menos carros e quase nenhum avião. Num dia que deveria ser de festa pela recepção ao Pai da Aviação no Rio de Janeiro, um hidroavião Dornier Do J, do Sindicato Condor (um braço da Lufthansa, patrocinada por Hitler), caiu ao mar e inaugurou uma série de tragédias que também colaboraram para tornar o avião um dos meios de transporte mais seguros da história.
IG
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