Rio de Janeiro — Foram três horas de depoimento. E o estudante de 19 anos que ocupava o banco do carona no carro que atropelou e matou Rafael Mascarenhas, filho da atriz Cissa Guimarães, disse à polícia que não havia racha no momento do acidente. O garoto, que não teve o nome divulgado, deixou a 15ª Delegacia de Polícia na Gávea, Zona Sul do Rio, sem falar com a imprensa.
“Ele (o carona) ouviu gritos, mas estava distraído em seu iPod e não sabe precisar se foi o motorista quem gritou para os skatistas ou alguém do Honda Civic”, disse o advogado Paulo Márcio Ennes Klein, em referência ao outro carro que seguia o automóvel.
Klein informou ainda que, no depoimento, o garoto contou que Rafael Mascarenhas “entrou na frente do carro andando de skate”. “Meu cliente disse que não viu o momento do acidente porque foi tudo em uma fração de segundos”, completou.
Cremação
Ontem, o corpo do jovem músico foi cremado no Cemitério São Francisco Xavier, no bairro do Caju. O pai do garoto, que chegou da Itália para acompanhar a cerimônia, disse que apesar de morar em outro país estava sempre com Rafael. “Guardo a imagem de um anjinho que nunca reclamou de nada, nunca brigou com ninguém. Meu filho era um menino especial.”
Raul ainda condenou a atitude da polícia na madrugada do acidente. “A dor é muito grande. Um carro que sai do túnel, amassado daquele jeito, a polícia vê e libera. Não faz nada? Isso é absurdo, impunidade.”
A atriz Cissa Guimarães, muito abalada, deixou o cemitério por volta das 16h e seguiu para casa com os filhos Thomaz e João Velho.
Ele ouviu gritos, mas estava distraído e não sabe precisar se foi o motorista quem gritou para os skatistas ou alguém do Honda Civic
Paulo Márcio Ennes Klein, advogado do rapaz que estava de carona no carro que atropelou Rafael
Correio Braziliense