O funcionário que denunciou a distribuição de propinas por um lobista numa sala que fica a 30 passos do gabinete do ministro da Agricultura, Wagner Rossi, disse que o ministério foi “corrompido” após a chegada de Rossi.
Em entrevista à José Ernesto Credendio e Andreza Matais, publicada nesta terça-feira na Folha, o ex-chefe da comissão de licitação do ministério, Israel Leonardo Batista afirmou que o ministro “desarranjou” o setor nomeando pessoas que “vão assinar o que não devem”.
Ele reafirmou que o lobista Júlio Fróes lhe entregou um envelope com dinheiro dentro do ministério depois da assinatura de um contrato milionário da pasta com uma empresa que o lobista representava.
Israel disse que as fitas do circuito interno da pasta podem comprovar se Rossi conhece ou não o lobista. Segundo ele, o ministro irá atrapalhar as investigações se permanecer no cargo.
OUTRO LADO
O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, não comentou as suspeitas de irregularidades na pasta levantadas pelo servidor Israel Leonardo Batista em entrevista à Folha.
Disse, no entanto, que ele deve apresentar mais nomes e provas sobre pessoas envolvidas no esquema.
SUSPEITAS
O Ministério da Agricultura é alvo de suspeitas de irregularidades desde que ex-presidente da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), Oscar Jucá Neto, irmão do líder no governo no Senado, Romero Jucá (PMDB), afirmar em entrevista à revista “Veja” que “há bandidos” no órgão e sugerir que o ministro Wagner Rossi participava de esquemas de corrupção.
Em entrevista, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, disse que as denúncias contra sua pasta podem ser fruto de disputas entre grupos rivais dentro do ministério e da Conab.
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