Em nota, banco pede desculpa por falta de caracterização do personagem
A Caixa Econômica Federal suspendeu nesta terça-feira a propaganda em comemoração aos 150 anos do banco que tinha como personagem o escritor brasileiro Machado de Assis. No vídeo, o escritor era interpretado por um ator branco – Machado de Assis era afrodescendente.
O presidente do banco, Jorge Hereda, por meio de uma nota, pediu desculpas a toda a população e, em especial, aos movimentos ligados às causas raciais, por não ter caracterizado o escritor como sua origem.
“A Caixa reafirma que, nos seus 150 anos de existência, sempre buscou retratar, em suas peças publicitárias, toda a diversidade racial que caracteriza o nosso País. (…) A Caixa nasceu com a missão de ser o banco de todos, e jamais fez distinção entre pobres, ricos, brancos, negros, índios, homens, mulheres, jovens, idosos ou qualquer outra diferença social ou racial”, afirmou o comunicado.
A Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir) entrou com um procedimento administrativo contra a campanha na terça-feira. Foram encaminhados pedidos de providências para a ouvidoria da Caixa, o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) e o Ministério Público Federal.
“Deve-se lamentar o episódio da campanha que traz Machado de Assis, um dos primeiros poupadores da Caixa, representado por um ator branco. Uma solução publicitária de todo inadequada por contribuir para a invisibilização dos afrobrasileiros, distorcendo evidências pessoais e coletivas relevantes para a compreensão da personalidade literária de Machado de Assis, de sua obra e seu contexto histórico.”
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