Ele é o vilão mais odiado do momento. Já matou, estuprou e agride quem o ousa desafiar. Russo, da novela “Salve Jorge”, é o tipo de homem que não se deixa abalar por nada nem ninguém. Seu intérprete, Adriano Garib, sente a repercussão de tamanha vilania. Apesar de seus 30 anos de carreira, foi graças o mau feitor que o ator tornou-se conhecido do grande público.
Garib colhe os furtos do sucesso. Em entrevista ao UOL, ele defende a cria e afirma que o personagem é trabalhador e dedicado. “Apesar de o Russo ser um vilão clichê, tento dar um toque de humor. Talvez isso se deve ao sucesso dele. Mas para mim, quanto mais cruel melhor”, avalia o ator.
Bem humorado, o ator paranaense diz ter imaginado um final trágico e poético para seu personagem. “O final que eu queria seria o Russo fugindo com o Yuri [gato de estimação] no colo, levar um tiro da polícia, morrer e o Yuri lambendo a cara dele.” Ao UOL, o ator fala mais da carreira e os rumos de seu personagem em “Salve Jorge”, que termina no dia 17 de maio.
UOL – O Russo é um dos personagens de destaque em “Salve Jorge”. O que significa interpreta-lo para você?
Adriano Garib – É o melhor trabalho que consegui fazer em grande escala, para um grande público. Sou considerado veterano, tenho 30 anos de carreira, mas embora já tenha feito TV, com participações menores, chamei atenção no filme Tropa de Elite 2 (como o político corrupto Guaracy). A partir daí quis investir mais em TV e cinema. Até então, dediquei muito do meu tempo à pedagogia, às minhas companhias de teatro. Mas na Globo mesmo eu fiz “Salsa & Merengue” (1996) e “Duas Caras” (2007). Em 2011, eu iria trabalhar em “Cordel Encantado”, mas acabou não acontecendo e fiz “Vidas em Jogo”, na Record, como o Edmilson. Era um papel pequeno que fiz crescer durante a trama. Eu era o marido sensato e tranquilo da Luciana Braga, pai da personagem da Marcela Barroso. Foi muito divertido, deu para mostrar um pouco do meu trabalho na televisão. Foi meu primeiro trabalho na Record. Uma semana depois que terminou a novela, a Globo me chamou para “Salve Jorge”. O [Marcos] Schechtman [diretor da trama] me disse que ao saber do Russo, pensou em mim para o personagem. Ele é o grande responsável por eu estar na novela. Apesar de sempre ter feito TV, o público que ainda não conhecia meu trabalho passou a conhecer.
O personagem cresceu ao longo da trama e foi se tornando mais cruel. Como você lida com as maldades do Russo?
Eu faço com muito amor o meu trabalho. Apesar de o Russo ser um vilão clichê, tento dar um toque de humor ao personagem. Talvez isso se deve ao sucesso dele. Mas para mim, quanto mais cruel melhor. Ele é trabalhador, competente no que faz. Tem suas falhas, mas é o chefe da segurança e dedicado à máfia. Ou ele toca o terror ou as coisas não acontecem. Estou adorando.
O Russo vai mesmo se apaixonar pela Lohana [Thammy Miranda]? Eles podem viver um romance?
Acho pouco provável. Ela está tentando seduzi-lo, mas acredito que não vai acontecer nada. O Russo não ama ninguém. Ele se envolveu com a Lucimar [Dira Paes] por interesse, teve uma transa apenas com a Rosângela [Paloma Bernardi], agora com a Lohana vai ficar nesse chove e não molha. Gravei uma sequência em que o Russo encontra uma caneta filmadora e vai desconfiar dela. Ele é muito focado, a prioridade para ele é o trabalho.
Como está sendo sua parceria com a Thammy Miranda, que também ganhou destaque na novela?
A Thammy é ótima. É sua primeira atuação em uma novela e esta se saindo muito bem. É dedicada, esforçada. A Lohana é um presente para ela e a Thammy está feliz da vida. Trabalhar com pessoas assim é maravilhoso.
A maioria de suas cenas em “Salve Jorge” é forte, agressiva. Qual foi a mais difícil em fazer?
Todas que envolvem espancamento. A cena do estupro [na qual Russo violentou Jéssica, papel de Carolina Dieckmann] e o dia em que ele tenta matar a delegada Helô [Giovanna Antonelli] também foram difíceis para mim. A cena em que o Russo espanca o gay ao chegar na boate foi brutal. Mas eu trabalho com pessoas incríveis, competentes. Tudo é tão profissional que não fico abalado.
Você terminou recentemente um casamento de seis anos e saiu nos jornais. Como lida com esse assédio da imprensa em sua vida pessoal?
Não queria falar sobre isso. Eu fiquei furioso com essa invasão em minha vida. Acho isso uma estupidez, desnecessário e não pretendo jamais falar disso novamente. Eu fui ingênuo em ter comentado. Não falo mais sobre minha vida pessoal. Não interessa para ninguém com quem me relaciono. O que importa é meu trabalho, é isso que está em jogo. Sou pai, tenho um filho de 18 anos e não admito mais esse tipo de palhaçada. É extremamente íntimo. Eu ter comentado foi um deslize, mas agora não erro mais.
Aos 48 anos, com todo esse sucesso, como está o assédio das mulheres?
Confesso que as pessoas ficam ouriçadas com isso do vilão, mexe com elas. Ma as mulheres estão sendo gentis comigo, admiram meu trabalho.
Já tem planos para depois de Salve Jorge?
Não tenho nada previsto ainda. A novela está em sua reta final e estou gravando feito um louco. Estou focado neste trabalho.
Seu contrato com a TV Globo vence com o fim da novela, em maio. Espera continuar na emissora?
Não sei o que vai acontecer, não está nada garantido. E eu não posso contar com isso, a vida segue, mas é claro que esse trabalho vai abrir muitas portas.
Qual o final que você gostaria para o Russo?
Acredito que ele não vai se redimir de nada, não vai ser preso, mas deve morrer trocando tiros. Ele vai até o fim. Mas o final que eu queria seria o Russo fugindo com o Yuri [gato de estimação] no colo, levar um tiro da polícia, morrer e o Yuri lambendo a cara dele [risos]. Mas é claro que isso não deve acontecer. A Glória [Perez, autora] sabe o que faz e o que vai rolar. Será um final barulhento e deve voltar para ele todo o sofrimento que o Russo causou nas pessoas. É isso que o público espera. As pessoas são crueis [risos].
PB Agora com UOL
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