Balanço divulgado pela Infraero (estatal que administra os aeroportos) nesta sexta-feira aponta que os atrasos nos principais aeroportos do país atingem um a cada cinco voos até as 14h. Dos 1.408 voos domésticos programados em todo o país, 268 –quase 20%– sofreram atrasos de mais de meia hora e 72 foram cancelados (5,1%). Nesta quinta-feira (23), no último balanço divulgado às 23h, o índice de voos atrasados era de 40% dos 2.560 programados desde a 0h. No total, 1.024 sofreram atrasos acima de 30 minutos e 107 voos foram cancelados.
A greve dos funcionários das empresas aéreas, que estava prevista para ontem, foi suspensa até o dia 10 de janeiro. Na manhã de quinta, quando foi anunciada a paralisação, o índice de voos atrasados era de 30,1% e o de cancelados, 5,5%.
Entre os grandes aeroportos, o de Guarulhos (Grande SP) apresentava o pior índice de atrasos do horário: 41 (34,7%) dos 121 programados e 2 (1,7%) cancelados. Já no aeroporto de Congonhas, zona sul de São Paulo, dos 118 voos programados, 17 (14%) sofreram atrasos e 22 (18,2%) foram cancelados.
No aeroporto Santos Dumont, no Rio, dos 85 voos, 8 (9,4%) estava atrasado e 20 (23,5%) haviam sido cancelados. No Galeão, também no Rio, dos 63 voos, 13 (20,6%) sofreram atrasos. Nenhum foi cancelado.
No aeroporto de Brasília, dos 105 voos programados, 26 (24,8%) estavam atrasados e 4 voos (3,8%) foram cancelados.
LIMINAR CANCELADA
O SNA (Sindicato Nacional dos Aeroviários) conseguiu cancelar na Justiça, na noite desta quinta, liminar da Justiça Federal no Distrito Federal que estendia até 10 de janeiro a proibição de greve da categoria, sob pena de multa de R$ 3 milhões por dia no caso de descumprimento.
Portanto, fica mantida a decisão do TST (Tribunal Superior do Trabalho), da última quarta-feira (22), que determina atividade de 80% do efetivo dos aeronautas e aeroviários entre 23 de dezembro e 2 de janeiro de 2011.
Segundo a presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Selma Balbino, assim que receberam a notícia, os aeroviários suspenderam as manifestações feitas ontem no Rio de Janeiro, em Salvador, Confins e Brasília. “Vamos fazer uma pausa por conta do Natal e retomar segunda-feira [27] o comando da campanha”, disse Selma.
Ela acrescenta que a maioria da categoria dos aeroviários ainda não soube da notícia. “Esperamos resolver essa situação antes do Ano Novo. É a nossa expectativa, não quer dizer que vá acontecer”, aifrmou Balbino.
A greve do setor aéreo, que havia sido anunciada pela categoria, foi suspensa ontem de manhã após decisões judiciais.
PARALISAÇÃO
Ontem os aeroviários fizeram um protesto no Galeão. Segundo a presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Selma Balbino, o objetivo era fazer uma paralisação de 20% dos funcionários.
O protesto foi motivado pela decisão do TST (Tribunal Superior do Trabalho), diz Balbino, que obriga a manutenção de um efetivo de 80% dos trabalhadores do setor aéreo.
GREVE
A ameaça de greve dos funcionários começou após impasse nas negociações do reajuste salarial. No início da negociação, as empresas queriam apenas repor a inflação –calculada em 6% pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor)– e oferecer ganhos reais somente a partir de abril. Os aeroviários (trabalhadores em terra) pediram reajuste de salários de 13% e um percentual ainda maior, de 30%, para os que recebem o piso. Os aeronautas aeronautas (pilotos e comissários) queriam aumento de 15%.
Após reunião na manhã de ontem, o sindicato patronal apresentou proposta de reajuste de 8% e desistiu, por enquanto, de mudar o dissídio (negociação de reajuste salarial) de dezembro para abril. A greve foi suspensa pelos funcionários, mas um acordo ainda não foi fechado.
Folha
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