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Atropelador de ciclistas depõe no RS

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Escoltado por quatro policiais militares e acompanhado por dois advogados, o bancário Ricardo Neis se apresentou à polícia às 12h desta segunda-feira (25) e admitiu que era o condutor do carro que atropelou ciclistas na noite de sexta-feira, em Porto Alegre.

 

O incidente envolveu um grupo de 100 ciclistas que participavam de um ato do movimento Massa Crítica pelas ruas centrais da capital gaúcha. O veículo conduzido por Neis avançou sobre os ciclistas, que bloqueavam o trânsito, e atropelou 15 pessoas — oito delas ficaram feridas.

Neis, 47 anos, chegou para depor na Delegacia Judiciária de Crimes de Trânsito entrando pelo estacionamento. Luis Fernando Albino, um dos advogados do acusado, reafirmou a tese que Neis agiu em legítima defesa. Albino foi procurado pelo bancário na noite de sábado (26) e negociou com o delegado Gilberto Montenegro, responsável pelo caso, a apresentação do acusado.

“Ele foi ameaçado. Quando tentou sair para o lado, um dos vidros do carona foi quebrado. Neis só tentou preservar a integridade física dele e do filho, que tem 15 anos”, justificou Albino.

Segundo Albino, a Polícia já periciou o veículo — que foi abandonado pelo bancário depois do acidente — e pode comprovar os danos sofridos por Neis. O advogado disse que o acusado abandonou o veículo porque foi informado por um parente de que estava sendo seguido pelos ciclistas.

Antes do depoimento de Neis, que ainda está em andamento, o delegado Montenegro ouviu cinco vítimas do caso. Todos eles negaram as ameaças ao motorista. O delegado responsável pelo caso não quis se manifestar.

Com quatro pontos na cabeça e hematomas pelo corpo, Eduardo Fernandez Iglesias disse que quando viu o carro não havia mais tempo de desviar do motorista.

Depois do incidente, o acusado conduziu seu carro até a casa da ex-mulher, onde deixou seu filho, e depois abandonou o veículo na zona leste da cidade. De acordo com o advogado, o acusado ainda está “muito abalado” com a ocorrência.

Albino também criticou os vídeos que mostram o momento do atropelamento, alegando que as imagens são incompletas. “Só mostram quando já havia iniciado a confusão. As agressões [dos ciclistas] que o levaram a fugir não são mostradas”, critica.Nesta terça-feira (1º), ciclistas de Porto Alegre que integram o movimento Massa Crítica farão um novo protesto na região central da cidade, às 19h. Os organizadores esperam reunir mil ciclistas no protesto.

O grupo também já marcou um ato nacional para o dia 25 de março, quando o incidente completar um mês. Haverá protestos também em São Paulo, Curitiba, Recife e Rio de Janeiro.

 

 

 

UOL

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