O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) receberá nesta semana mais de 100 parlamentares de quatro partidos para reuniões no gabinete do governo de transição, em Brasília, segundo informou a agenda divulgada pela assessoria.
As conversas com integrantes das bancadas de MDB, PRB, PR e PSDB foram intermediadas pelo futuro ministro da Casa Civil, deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), coordenador da transição.
Até agora, Bolsonaro vinha priorizando as negociações políticas com bancadas temáticas do Congresso para a formação do ministério. Na Agricultura, por exemplo, a ministra será a deputada Tereza Cristina(DEM-MS), indicada pela bancada ruralista. A escolha do futuro ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez, teve influência da bancada evangélica.
As conversas com integrantes das bancadas dos partidos têm por objetivo assegurar maioria parlamentar no Congresso e tentar garantir a aprovação de projetos cujo teor transcende interesses específicos das bancadas temáticas, como a reforma da Previdência, por exemplo. Onyx Lorenzoni, que deve ficar responsável pela articulação política, prevê que a base governista na Câmara terá 350 dos 513 deputados.
“O presidente vai receber, de terça da semana que vem até perto do Natal, todas as bancadas do nosso campo político. Nós vamos ter uma base aí superando 350 parlamentares, sem 'toma-lá-dá-cá', ponto fundamental para a gente”, disse o ministro em entrevista ao programa do jornalista Roberto D'Avila, na GloboNews, exibida na última sexta-feira (30).
Agenda de Bolsonaro em Brasília
Terça-feira (4)
Quarta-feira (5)
Quinta-feira (6)
O PSDB, um dos partidos que se reúne com Bolsonaro em Brasília, não o apoiou na reta final da campanha. Logo após o primeiro turno, o partido que teve como candidato Geraldo Alckmin, decidiu não apoiar nem Bolsonaro nem seu adversário no segundo turno, o candidato Fernando Haddad (PT).
O partido também liberou os diretórios estaduais e filiados para que fizessem suas escolhas. Na ocasião, Geraldo Alckmin, presidente da legenda anunciou que o PSDB não daria apoio e também não iria compor com o governo eleito. Mas o governador eleito de São Paulo, João Dória (PSDB), declarou apoio a Bolsonaro e durante toda a campanha do segundo turno associou o nome dele ao do presidente eleito.
O MDB, que estará com Bolsonaro na terça (4) se manteve neutro após o primeiro turno e também não apoiou oficialmente nenhum candidato. No primeiro turno, o partido lançou candidato próprio: o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles. Ele ficou em sétimo lugar na disputa, com 1,20% dos votos válidos.
O PRB, que integrou a coligação de Geraldo Alckmin no primeiro turno, também decidiu se manter neutro na reta final e não deu apoio formal a nenhum dos candidatos do segundo turno. O PR também não apoiou oficialmente Bolsonaro ou Haddad e liberou filiados para que votassem como quisessem.
Ministérios
A expectativa é que Bolsonaro defina nesta semana os nomes de mais ministros, como aconteceu nas passagens anteriores do presidente eleito pela capital federal.
Até o momento, o presidente eleito indicou 20 ministros para integrar seu futuro governo. Na campanha, Bolsonaro disse que reduziria número de ministérios de 29 para “no máximo”, 15, mas já afirmou que podem ser mais de 20.
Esta é a quinta vez que Bolsonaro volta a Brasília após a vitória nas urnas, em 28 de outubro. O novo governo toma posse no dia 1º de janeiro.
G1
(Adriano Machado/Getty Images)
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