Alguns poucos devem estar decepcionados e, aparentemente, revoltados com o ocorrido em 8/1/2022, menos o povo. A cerimônia realizada em Brasília nesta quarta-feira não nos deixa mentir. O Brasil revoltado lá não estava… Convidados a dedo pelo Presidente Lula, sim, se fizeram presentes. O povão, porém, não foi. O Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, não compareceu… Não que estivesse longe, estava em seu estado, Alagoas. Rodrigo Pacheco, Presidente do Senado, também não esteve presente. Apenas quatro governadores se fizeram presentes: João Azevedo (PSB), da Paraíba; Elmano de Freitas (PT), do Ceará; Fátima Bezerra (PT), do Rio Grande do Norte; e Jerônimo Rodrigues (PT), da Bahia. Como vemos, os estados mais fortes da Federação não enviaram seus representantes executivos.
Comemorar golpe, quando não houve ação militar inserida nesse golpe, vice-presidente no comando ou forças externas impulsionando-o, não, isso não é golpe. Barderneiros infiltrados em meio a um povo ordeiro foi o que realmente aconteceu. Nos Estados Unidos, também houve algo semelhante em 6 de janeiro de 2021, onde ocorreram até mortes, e nem por isso consideram aquilo um golpe de Estado, muito menos a data é comemorada. Celebrar essa cerimônia é, no Brasil, levar o povo para um poço profundo de divisão.
Em outubro passado, o povo brasileiro deu uma resposta forte do que quer: o povo quer direção, não divisão. A esquerda brasileira levou uma pancada dura nas urnas, e nem mesmo isso parece servir de lição. 2026 está às portas, e o que se planta hoje, com certeza, colheremos amanhã nas urnas.
Líderes que saíram de seus estados, alguns em aviões públicos, deveriam repensar duas vezes os gastos desnecessários com nossos impostos, numa empreitada sem futuro, que não ofereceu perigo real às instituições nem ao estado democrático de direito. Foi só um levante momentâneo de um grupo exaltado. Quem fez a baderna deve pagar, porém, não vamos fazer disso um “Cavalo de Tróia”.
Elcio Nunes
Cidadão Brasileiro