Categorias: Brasil

Comissão inicia análise da reforma da Previdência; debate deve durar 3 dias

PUBLICIDADE

Começou nesta terça-feira (18) a discussão do relatório sobre a reforma da Previdência (PEC 6/19), na comissão especial que analisa a proposta enviada pelo governo. No total, 155 deputados se inscreveram para falar, 91 contra e 64 a favor. Muitos deputados favoráveis preferem não falar para reduzir o tempo do debate, que pode durar cerca de três dias. A ideia seria garantir a votação ainda na semana que vem.

O primeiro a falar foi o deputado Jorge Solla (PT-BA). Ele disse que os militares é que foram os verdadeiros privilegiados na discussão atual:

“Qual a justificativa para os militares continuarem sendo os privilegiados da aposentadoria nesse país? Qual a justificativa para o professor, para os servidores de todos os poderes já terem o teto de aposentadoria e os militares não terem? O que explica isso?”, disse Solla.

O deputado Alexandre Frota (PSL-SP) ressaltou a necessidade de os governadores e prefeitos se mobilizarem para que os estados e municípios sejam recolocados na reforma:

“É muito importante que os governadores que estão nos assistindo agora coloquem aqui a sua assinatura, coloquem aqui as suas digitais. Eles não podem depois, mais tarde, baterem na porta do governo. Então eles precisam estar presentes nessa discussão”, observou Frota.

Professores
A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) reclamou que as regras de aposentadoria dos professores permaneceram desconstitucionalizadas no relatório do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP). E disse que alguns benefícios não estariam mais assegurados como hoje:

“A partir desse relatório e dessa nova Previdência, os regimes previdenciários só garantirão aposentadoria e pensão por morte. No regime próprio, o ente federado é que vai garantir o resto. E no regime geral, não sabemos quem garantirá. Ficará para a lei, podendo ser o setor privado”, disse Feghali.

Muitos parlamentares também se queixaram do cálculo dos benefícios. O deputado Aliel Machado (PSB-PR) disse que as pessoas vão perder 20% do valor do benefício com a mudança da média dos salários de contribuição dos 80% maiores salários para todos os salários. Depois, segundo ele, seria adicionada uma perda de 40% caso a pessoa tenha apenas 20 anos de contribuição.

Militares
O deputado Capitão Wagner (Pros-CE) disse que os militares estaduais – policiais e bombeiros – ficaram com alíquotas de contribuição estaduais que são maiores que as das Forças Armadas; mas terão aumento do tempo de contribuição de 30 para 35 anos; enquanto os policiais civis ficarão com 30 anos:

“Fica difícil a gente explicar lá na ponta essa mudança que vai gerar um aumento na contribuição do policial militar e não gera nas demais carreiras. Então o que a gente quer é um tratamento isonômico em relação ao policial militar e ao bombeiro e os demais profissionais de segurança”, afirmou o deputado.

O líder do governo, deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO) considerou “precoce” a retirada do novo sistema de capitalização da reforma e disse que o governo vai insistir no tema. Para Darci de Matos (PSD-SC), o sistema foi adotado no Chile e reativou a economia:

“No Chile não deu certo, claro que deu certo. O Chile tem uma renda per capita o dobro do nosso país. O Chile cresceu 4% e nós crescemos 1%. Como é que não deu certo?”, disse.

Voto complementar
O relator da reforma, deputado Samuel Moreira, disse que vai ouvir todos os deputados e que pode apresentar voto complementar com mudanças:

“Há possibilidade de o relator fazer um voto complementar após as discussões. Eu nunca tive a pretensão de que o relatório fosse um decreto. Ele está sujeito a alterações. Estou aqui para ouvir, para melhorar ainda mais o relatório”, observou Moreira.

Samuel Moreira rebateu o deputado Vinicius Poit (Novo-SP), que havia dito que o aumento da contribuição social sobre o lucro dos bancos deve aumentar as tarifas bancárias. Segundo Moreira, o relatório apenas propõe a volta da taxação que vigorou até o ano passado. Ele explicou que o preço das tarifas não caiu quando as contribuições foram reduzidas.

 

Câmara Federal

PUBLICIDADE

Últimas notícias

Ao PB Agora, presidente do PT-PB destaca justiça social do pacote econômico de Lula e dispara contra mercado: “Tô me lixando”

O pacote econômico anunciado pelo governo Lula na noite dessa quarta-feira (27) gerou reações divididas…

28 de novembro de 2024

Secitec, UFPB, Amidi, API e Sindjor anunciam Simpósio Nacional sobre Mídia, IA e Desinformação, neste sábado

Especialistas, professores, pesquisadores, estudantes, empresários e produtores de conteúdo se reúnem neste sábado (30), em…

28 de novembro de 2024

Mesmo com candidatura de João ao Senado, Jhony não descarta PSB na disputa pelo Governo em 2026

O ex-candidato a prefeito de Campina Grande, Jhony Bezerra (PSB), demonstrou seu apoio à candidatura…

28 de novembro de 2024

Operação ‘Family First’ da Polícia Federal investiga fraude em licitações de concursos públicos na Paraíba

Na manhã desta quinta-feira (28), a Polícia Federal deflagrou a operação "Family First" na Paraíba,…

28 de novembro de 2024

Vereadores se unem para destronar Dinho Dowsley e aderem a João Almeida na disputa pela presidência da CMJP

Sete vereadores da Câmara Municipal de João Pessoa formalizaram nesta quinta-feira (28) uma aliança para…

28 de novembro de 2024

Homem é morto a tiros por homens de moto em plena luz do dia no Cristo Redentor

Na manhã desta quinta-feira (28), um homicídio chocou os moradores da Rua Felinto de Arruda…

28 de novembro de 2024