Um avião que havia acabado de decolar do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, teve uma pane nos instrumentos e só conseguiu pousar em segurança após um controlador de voo guiar os pilotos até Viracopos, em Campinas. O Boeing 737-800 recém-adquirido pela Gol estava com 95 passageiros e tinha como destino o Aeroporto Santos Dumont, no Rio.
A falha do voo 1536 aconteceu na tarde de 16 de outubro, mas só foi divulgada anteontem, pelo Jornal da Globo. Segundo passageiros que estavam na aeronave, o piloto chegou a anunciar estado de emergência e disse que teria de fazer um pouso forçado.
Quando a pane começou, o piloto contatou o Controle de Aproximação de São Paulo (APP-SP) e disse o código internacional de emergência: “Mayday, mayday, voo 1536”. Do outro lado, de frente para o radar que mostrava os aviões sobre a área de Congonhas, Guarulhos, Campo de Marte e Campinas, o controlador Ricardo Blanco, com 31 anos de profissão, respondeu ao chamado do piloto. “No começo (da gravação) estou ofegante, mas com o desenrolar da ocorrência consigo manter a calma”, disse o controlador à TV Globo.
O comandante explicou que havia perdido as referências de localização, altitude e velocidade. Além disso, ele estava dentro de uma camada de nuvens, quase sem visibilidade.
Analisando as alternativas de pouso, o piloto perguntou a Blanco sobre as condições meteorológicas dos Aeroportos de Guarulhos, Galeão e Campinas. E também perguntou ao controlador se ele poderia confirmar altitude e velocidade, já que cada um de seus painéis mostrava um dado diferente, com uma diferença de 200 nós (cerca de 370 km/h).
Blanco viu pelo radar que eles estavam em altitude e velocidade seguras e informou que Viracopos tinha a melhor visibilidade. O piloto então pediu ajuda para o controlador orientar o trajeto até Campinas.
A equipe de controle de tráfego suspendeu as decolagens nos aeroportos paulistas para abrir espaço para o Boeing. Em Campinas, o piloto conseguiu ver a pista e confirmou o pouso.
Investigação. As causas da pane não são conhecidas e o caso é investigado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
Segundo a Gol, a aeronave havia sido incorporada à frota uma semana antes da falha e tinha acumulado cerca de 20 horas de voo. Na época do incidente, a empresa divulgou um comunicado afirmando que o trajeto do voo 1536 foi alterado para “a realização de uma manutenção não programada na aeronave”.
Agência Estado
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