O corpo de João Gilberto será velado nesta segunda-feira (8), das 9h às 14h, no Theatro Municipal do Rio, no Centro. A despedida será aberta ao público. O enterro será às 16h no cemitério Parque da Colina, em Niterói.
O músico morreu em casa, neste sábado (6), aos 88 anos. João Gilberto foi um dos criadores da bossa nova. Ele enfrentava problemas de saúde havia alguns anos.
No início da tarde deste domingo (7), a viúva de João, Maria do Céu Harris, de 55 anos, saiu do apartamento onde vivia com o músico por volta do meio-dia. Muito emocionada, ela não quis falar com a imprensa. O corpo do cantor havia sido levado do apartamento da família no Leblon, na Zona Sul do Rio, ainda durante a madrugada.
Bebel Gilberto, filha do músico João Gilberto, chegou ao Aeroporto Tom Jobim pouco depois do meio-dia deste domingo (7). A cantora estava em uma turnê nos Estados Unidos quando recebeu a notícia da morte do pai. Muito emocionada, ela abraçou um homem que a aguardava na área do desembarque. Chorando, Bebel pediu desculpas e disse que não estava em condições de falar.
Recluso, João foi interditado judicialmente pela filha no fim de 2017. A interdição motivou uma disputa familiar entre Bebel e João Marcelo, que são meios-irmãos.
Em nota divulgada na época, a advogada de Bebel disse que a intervenção foi motivada por problemas de saúde e complicações financeiras do cantor.
João Gilberto Prado Pereira de Oliveira concluiu em 1961 a trilogia de álbuns fundamentais que apresentaram a bossa nova ao mundo: “Chega de saudade” (1959), “O amor, o sorriso e a flor” (1960) e “João Gilberto” (1961).
O álbum que marcou o início do gênero em 1959, “Chega de saudade”, traz a música de mesmo nome composta por Tom Jobim (1927-1994) e Vinicius de Moraes (1913-1980).
A canção havia sido apresentada em um LP em abril de 1958 por Elizeth Cardoso (1920-1990), mas a versão mais conhecida, com a voz de João, foi lançada em agosto do mesmo ano.
João Gilberto nasceu em Juazeiro, na Bahia, em 10 de junho de 1931. O governo do estado declarou três dias de luto pela morte.
Depois de alguns anos morando em Aracaju (SE), onde passou a tocar na banda escolar, voltou à sua cidade-natal e, aos 14 anos, ganhou o primeiro violão do pai.
Depois da consagração, lançou criações próprias e seguiu com shows e discos que se tornaram obras de arte, como é o caso de “Amoroso”, álbum gravado nos Estados Unidos entre 1976 e 1977 sob o selo Warner Music.
O álbum foi relançado no Brasil em formato longo durante os festejos dos 60 anos da Bossa Nova. O álbum celebra o encontro harmonioso do artista brasileiro com o maestro alemão Claus Ogerman (1930 – 2016).
A produção de João foi objeto de uma disputa judicial em 2018. A defesa do cantor pedia uma revisão no valor de uma indenização da gravadora EMI Records, hoje controlada pela Universal Music. Em 2015, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) proibiu a empresa de vender os discos do artista sem seu consentimento. A Universal não comenta o caso.
G1
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