Nesta terça-feira (16), às 15 horas, os representantes dos partidos que integram a CPI do Cachoeira no Congresso devem se reunir para decidir se a comissão encerrará os trabalhos na data prevista – 4 de novembro – ou se será prorrogada.
O encontro acontecerá no gabinete do presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB). O prazo final da comissão é 4 de novembro, mas alguns integrantes tentam coletar assinaturas para tentar uma prorrogação. São necessárias assinaturas de um terço dos membros da Câmara e do Senado — 171 deputados e 27 senadores — mas, até agora, apenas dois deputados e sete senadores assinaram o documento.
A reunião de líderes havia sido marcada para o último dia10, mas foi adiada após um pedido do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) e do vice-presidente da comissão, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), em razão da dificuldade para garantir quórum. “A manifestação de apoio do PT e do PSDB [por adiar a reunião] é um momento único desta CPMI”, disse Vital do Rêgo, na ocasião.
O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que lidera o movimento pela prorrogação no Senado, afirma que deve continuar a coleta independentemente do resultado da reunião. Segundo a assessoria do senador, o baixo número de assinaturas se deve à presença de poucos parlamentares no Congresso nas últimas semanas, o que deve mudar agora, já que há sessões deliberativas marcadas para esta semana.
Já o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), criticou a decisão de adiamento. Para ele, existe na comissão um grande acordo para encerrar os trabalhos, mas ninguém quer assumir.
Um dos principais argumentos dos parlamentares que defendem a prorrogação da CPI é a grande quantidade de requerimentos ainda não apreciados.
Entre os 508 pedidos a serem analisados estão convocações e quebras de sigilo de empresas que seriam ligadas à organização criminosa que foi alvo da operação Monte Carlo, da Polícia Federal. Os requerimentos, no entanto, podem não resultar em informações úteis se a CPI for encerrada, já que elas dificilmente chegariam antes do dia 4 de novembro.
Após a polêmica sobre o adiamento, o relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), afirmou que a comissão tem “prazo certo” e que, enquanto não for aprovada uma prorrogação, trabalhará com o prazo atual, 4 de novembro. Cunha garante ter “elementos fortes e contundentes” sobre o trabalho da organização criminosa.
“Não é verdade que se os trabalhos não forem prorrogados os fatos não serão investigados. Não vou antecipar o relatório, mas muito já foi feito. Com as informações que nós temos hoje na CPI mista, já podemos produzir um relatório consistente”, disse.
Na quarta-feira pela manhã, está prevista reunião administrativa da CPI para apreciar os mais de 500 requerimentos.
Agência Senado e Agência Câmara