Dois meses depois de chegar ao Santuário de Elefantes Brasil, na Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso, morreu na quinta-feira (26) a elefanta Ramba. O animal chegou em outubro ao Brasil, desembarcando no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, vinda do Chile. Ramba tinha 53 anos e pesava aproximadamente 4 toneladas. Ela sofria de problemas renais crônicos.
“É com imenso pesar que comunicamos o falecimento de Ramba. Nossa vovó teimosa, linda e maior que a própria vida, não tinha mais forças para lutar contra seus problemas renais”, informou o santuário por meio do Facebook. Ramba é considerada a última elefanta de circo do Chile.
Ramba foi comprada na Ásia e levada para a Argentina, onde trabalhou em diversos circos até que em 1995 chegou ao Chile para apresentações no Los Tachuelas, o circo mais famoso do país. “Quando Ramba foi diagnosticada com doença renal, ainda no Chile, há sete anos, tínhamos muita esperança que ela conseguisse viver por mais um ano, no mínimo. Milagrosamente esse ano transformou-se em sete, dando-lhe forças que a ajudaram a chegar ao Santuário”, afirma o post do Santuário.
“Parece que os elefantes possuem um conhecimento profundo e inexplicável sobre a vida. Prometemos, repetidas vezes, que ela viria para o Santuário e ela lutou para chegar até aqui. Aqui encontrou uma alegria gigantesca, conseguiu explorar como sempre desejara e descobriu o sentido da verdadeira amizade. Talvez fosse tudo o que ela precisava e merecia”, disse o comunicado do santuário.
Resgate
Em 1997, após denúncias de maus-tratos e posse ilegal de animais, Ramba foi confiscada pelo Serviço Agrícola e Pecuário do Chile e proibida de fazer apresentações apesar de o circo continuar como seu depositário. O resgate de Ramba foi em 2011, após decisão judicial conseguida pela ONG chilena Ecópolis. Ela foi levada ao Parque Safári do Chile, localizado em Rancágua. O local fica a cerca de 97 quilômetros de Santiago do Chile. No entanto, por causa da localização do parque, atrás da Cordilheira dos Andes, a elefanta sofria com os invernos rigorosos.
Ramba tinha várias cicatrizes devido ao uso de correntes e sofria de problemas renais crônicos, decorrentes de falta de água potável – herança da época de circo.
“Sua morte deve ter sido repentina pois a grama ao seu redor estava intocada. Apenas um lindo elefante, deitado em um belo pasto, os olhos suavemente fechados e o rosto doce, tão calmo como costumava ser”, contou o Santuário.
Agência Brasil
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