Categorias: Brasil

Eventual denúncia contra Temer

PUBLICIDADE

A Câmara dos Deputados corre o risco de ter os seus trabalhos paralisados nesta semana diante da eventual apresentação de denúncia pela Procuradoria-Geral da República contra o presidente da República, Michel Temer.

O prazo para o procurador-geral, Rodrigo Janot, decidir se oferece denúncia ou arquiva o caso termina nesta terça-feira (27). Caso ele resolva apresentar, a denúncia precisará do aval da Câmara antes de ser apreciada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Alvo de inquérito com base nas delações da JBS, Temer é investigado em razão da suspeita de ter cometido os crimes de corrupção passiva, obstrução de Justiça e participação em organização criminosa. O presidente tem negado todas as acusações dos delatores e afirmado que não renunciará ao mandato.

Uma vez apresentada a denúncia, caberá aos deputados – primeiro, no âmbito da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, depois, no plenário – decidirem se a denúncia terá ou não seguimento.

Líderes da base governista acreditam que o ritmo normal de trabalho será mantido, mas parlamentares da oposição entendem que não haverá clima para votações.
Para o líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP), a apresentação de denúncia cairá como uma “bomba” e afetará as votações na Casa.
“Vai ter impacto enorme, vai ser uma verdadeira bomba e acho que os trabalhos serão paralisados”, disse.
Segundo ele, a oposição pretende obstruir as sessões com a apresentação de requerimentos a fim de impedir as votações. “Nós vamos obstruir, não tenha dúvida”, disse.

Vice-líder do PSOL na Câmara, Chico Alencar (RJ) também avalia que o impacto será “imenso”.
“Esse assunto vai passar a dominar a pauta, a dinâmica. As atenções vão se voltar para a CCJ. Claro que os aliados vão tentar dar aparência de normalidade. Poderão até tentar votar alguma coisa, mas será difícil”, pondera.

Embora afirme que a eventual apresentação da denúncia irá, nas suas palavras, “atrair holofote”, o líder do bloco do PP-Podemos-PTdoB na Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirma que o Congresso “não se restringe à CCJ”.
“A CCJ vai se debruçar sobre isso, mas o Congresso vai continuar. Eu acho que não paralisa nada”, diz.
Esse é o mesmo entendimento do deputado Ricardo Trípoli (PSDB-SP), líder da bancada tucana na Câmara. “A CCJ, sim, deve ficar paralisada em função disso, mas o plenário vai continuar funcionando”, garante.

Entre os itens que constam da pauta de plenário da Câmara está a medida provisória que trata de regularização fundiária. A proposta já havia passado pela Câmara e pelo Senado e seguido para sanção presidencial. Mas, por ter sofrido alterações no Senado, o ministro do STF Luís Roberto Barroso atendeu a um pedido da oposição e determinou que fosse devolvida à Câmara.
Reforma trabalhista

No Senado, a capacidade do governo em dar continuidade às reformas será testada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) nesta semana. Nesta quarta-feira (28), está prevista a votação, no colegiado, do projeto que altera vários pontos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Na avaliação do senador Benedito de Lira (PP-AL), que integra a base governista, a denúncia contra Temer não terá impacto na votação.
“Nada a ver. O Brasil é maior do que isso. Ao meu ver não tem nada a ver, não vai atrapalhar [o andamento da reforma trabalhista no Senado]”, diz.
Crítico do governo, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), porém, não vê chance de a reforma passar.
“Todas as reformas estão sob ameaça enquanto perdurar o governo de Michel Temer”, afirma.

Para ser aprovada pela CCJ, a reforma trabalhista precisará dos votos de pelo menos 14 integrantes da comissão – de um total de 27.
Na semana passada, a proposta foi derrotada por 10 votos a 9 na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), um revés que pegou de surpresa o governo federal e gerou desconfiança do mercado financeiro em relação à força do presidente Temer no Congresso.

Governistas avaliaram que a derrota foi um “incidente” e que, no plenário, o resultado será diferente. A oposição aposta no agravamento da crise política para barrar o avanço da reforma. A expectativa é que a votação final fique para a primeira semana de julho.

G1

 

PUBLICIDADE

Últimas notícias

A Importância das Habilidades Linguísticas no Mercado de Trabalho Global

I. Introdução à Importância das Habilidades Linguísticas no Mercado de Trabalho Global No mundo interconectado…

26 de dezembro de 2024

Emerson Panta entrega nova Base da Guarda Municipal e reforça legado em segurança pública em Santa Rita

A segurança pública de Santa Rita deu um grande passo nesta quinta-feira (26) com a…

26 de dezembro de 2024

Hervázio Bezerra volta a defender candidatura de Cícero Lucena ao governo da Paraíba em 2026: “Fortíssimo candidato”

Em entrevista esta semna à Rádio POP, o deputado estadual Hervázio Bezerra (PSB) reafirmou seu…

26 de dezembro de 2024

Opinião: “O Auto da Compadecida 2” e o desafio de dar continuidade a um clássico

A estreia de O Auto da Compadecida 2 nessa quarta-feira 25 de dezembro, trouxe Chicó…

26 de dezembro de 2024

COVID-19: acumulado de vítimas fatais em decorrência da doença chega a 714 mil

No Brasil, o número acumulado de vítimas fatais em decorrência da Covid-19 chegou a 714.471…

26 de dezembro de 2024

Operação Natal 2024 da PRF registra 40 acidentes com 48 pessoas feridas em rodovias federais que cortam a Paraíba

Quase 5 mil pessoas foram atingidas por ações educativas durante o período da Operação A…

26 de dezembro de 2024