Morreu nesta segunda-feira (9), aos 93 anos, o ex-ministro da Cultura Aluísio Pimenta. Ele comandou a pasta entre 1985 e 1986 durante o mandato presidencial de José Sarney. Aluísio Pimenta estava hospitalizado em decorrência de um acidente vascular cerebral (AVC).
Natural de Peçanha (MG), o ex-ministro formou-se em Farmácia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ele foi um dos fundadores do Conselho Federal de Farmácia e do Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais. Nesta última entidade, foi também o primeiro presidente.
Nas eleições de 1989, Aluísio Pimenta foi candidato à vice-presidente da República em chapa encabeçada pelo empresário Guilherme Afif Domingos, do Partido Liberal (PL). Eles obtiveram 4,83% dos votos e o pleito vencido por Fernando Collor. Atualmente, Guilherme Afif Domingos é presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Ditadura
Aluísio Pimenta assumiu a reitoria da UFMG em 1964, mesmo ano da implantação da ditadura civil-militar. Naquela altura, com 41 anos, ele se tornou o reitor mais novo a ter dirigido a instituição. Sua gestão, encerrada em 1967, ficou marcada por uma intensa reforma do estatuto da UFMG, pela defesa da autonomia universitária e pelos passos fundamentais para a criação do campus Pampulha, hoje o maior da universidade.
Devido às suas divergências com os militares, Aluísio Pimenta foi um dos alvos do Ato Institucional nº 5, tendo seu cargo de professor cassado em 1968. Passou então por um longo período fora do país, ministrando aulas em universidades da América Latina, da América do Norte e da Europa. Ao retornar ao Brasil, foi convidado para assumir o Ministério da Cultura e posteriormente se tornou o primeiro reitor da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG), em 1991.
Escritor e articulista de variados jornais de Belo Horizonte, ele ocupava também uma cadeira na Academia Mineira de Letras. Entre suas obras está Sociedade e atualidade, uma coletânea de artigos publicados, e Universidade: a destruição de uma experiência democrática, que traz um relato das reformas implementadas na UFMG e freadas pela intervenção do governo militar.
O sepultamento está marcado para às 16h desta terça (10). Aluísio Pimenta deixa sua esposa, quatro filhos, nove netos e dois bisnetos.
Agência Brasil