O Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou sua perspectiva de crescimento para a economia brasileira em 2025, ajustando a previsão para 2,4%, segundo o último relatório Perspectiva Econômica Global divulgado nesta terça-feira (16). A revisão de 0,3 ponto percentual em relação à estimativa de abril se deve principalmente aos esforços de reconstrução após as enchentes no Rio Grande do Sul, além de fatores estruturais positivos como a aceleração da produção de hidrocarbonetos.
Para 2024, a previsão do FMI para o Brasil permanece em 2,1%, ajustada na semana passada. A revisão para baixo se baseia em uma combinação de fatores, incluindo as enchentes no sul do país, a política monetária ainda restritiva, o menor déficit fiscal e a normalização da produção agrícola.
Fatores que impulsionam a revisão:
- Reconstrução após as enchentes no Rio Grande do Sul: O FMI destaca os esforços de reconstrução no estado como um dos principais impulsionadores da revisão para cima. As atividades de recuperação devem impulsionar a demanda por bens e serviços, contribuindo para o crescimento do PIB.
- Aceleração da produção de hidrocarbonetos: O aumento da produção de petróleo e gás natural no Brasil também é visto como um fator positivo para o crescimento. A demanda global por energia, impulsionada pela retomada da atividade econômica em países como a China, deve beneficiar o setor.
Crescimento no médio prazo:
Após uma missão ao Brasil, a equipe do FMI projetou que o crescimento doméstico deve se fortalecer para 2,5% no médio prazo. Essa revisão para cima de 0,5 ponto percentual em relação à avaliação de 2023 se baseia em ganhos de eficiência esperados com a reforma tributária e no aumento da produção de hidrocarbonetos.
América Latina e Caribe:
A revisão para baixo do PIB do Brasil em 2024, juntamente com o corte na projeção de crescimento do México para 2,2%, influenciou a estimativa para a América Latina e Caribe este ano. A região agora deve crescer 1,9% em 2024, contra 2,0% previsto em abril. Para 2025, a expansão regional foi estimada em 2,7%, acima dos 2,5% anteriores.
Economia global:
O cenário global para os próximos dois anos é de crescimento econômico modesto, segundo o FMI. O arrefecimento da atividade nos Estados Unidos, a melhora na Europa e o consumo e exportações mais fortes na China são os principais fatores por trás dessa projeção.
O Fundo manteve a previsão de crescimento real do PIB global para 2024 em 3,2%, mas elevou a projeção para 2025 em 0,1 ponto percentual em relação a abril, para 3,3%.
Ajustes entre as principais economias:
- Estados Unidos: A previsão de crescimento do FMI para os EUA em 2024 foi revisada para baixo em 0,1 ponto percentual, para 2,6%. A estimativa para 2025 permanece em 1,9%.
- China: A previsão de crescimento da China para 2024 foi significativamente elevada para 5,0%, igualando a meta do governo chinês para o ano, em comparação com 4,6% em abril. O FMI atribui essa revisão à recuperação do consumo privado no primeiro trimestre e às fortes exportações. Para 2025, a projeção de crescimento da China foi aumentada de 4,1% para 4,5%.
- Zona do euro: O FMI elevou ligeiramente sua previsão de crescimento da zona do euro para 2024 em 0,1 ponto percentual, para 0,9%, enquanto a estimativa para 2025 permanece em 1,5%.
