O secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Salim Mattar, afirmou que o governo pretende privatizar pelo menos 120 empresas este ano, quase o dobro das 67 ocorridas no ano passado. Caso os parlamentares autorizem a venda da Eletrobras, que tem 210 subsidiárias, esse número poderá passar de 300. O governo quer R$ 150 bilhões com os desinvestimentos. Em 2019, esse valor chegou a R$ 105,4 bilhões.
Além da Eletrobras, a equipe econômica acredita que será possível privatizar pelo menos 16 estatais até o início de 2022. Quatro delas, ainda em 2020: a Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias (ABGF), a Empresa Gestora de Ativos (Emgea), a Casa da Moeda do Brasil (CMB) e a Equipamentos Pesados (Nuclep). Já os Correios e a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), segundo ele, devem ser vendidos até dezembro de 2021 e janeiro de 2022, respectivamente.
Eletrobras
Embora não conste do cronograma apresentado ontem por Salim Mattar a empresários, a Eletrobras poderá ser privatizada ainda no início deste ano, acredita o secretário especial de Desestatização. O presidente da estatal, Wilson Ferreira Júnior, tem visão menos otimista. Ele avalia que a empresa poderá ser privatizada até o fim do ano, reconhecendo que há resistência no Senado à atual proposta. Senadores das regiões Norte e Nordeste reclamam que a estatal vale muito mais do que os R$ 15 bilhões estimados pelo Executivo.
O secretário afirmou que o presidente Jair Bolsonaro recebeu o governo 698 estatais, criando, na avaliação dele, a figura do “Estado-empresário”.
PPI
Na lista de Salim Mattar, aparecem empresas incluídas no Plano Nacional de Desestatização (PND) e no PPI. O Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev) devem ser privatizados até junho do próximo ano, segundo a equipe econômica.
O cronograma de desestatização foi divulgado horas antes do anúncio do presidente Jair Bolsonaro de que o Programa de Parcerias para Investimentos (PPI) será transferido da Casa Civil para o Ministério da Economia. A medida fortalece o ministro Paulo Guedes, que terá maior controle sobre concessões e privatizações, em detrimento do ministro Onyx Lorenzoni, que passa a ser figura quase decorativa.
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