A suspensão do pedido de prisão temporária para o ex-PM Mizael Bispo, considerado pela Polícia Civil de São Paulo o principal suspeito do assassinato de Mércia Nakashima, deixou os parentes da vítima inseguros, afirmou o advogado da família, Alexandre de Sá.
– Sem dúvida não foi uma boa notícia para a família. Ela tem toda uma expectativa de que a Justiça seja feita, os responsáveis sejam punidos. Então vem uma decisão judicial que decreta a prisão e, na sequência, outro que revoga. Isso traz uma insegurança para família, sem dúvida.
Em sua justificativa, o juiz Jayme Garcia dos Santos Jr. alegou que ainda não há denúncia do Ministério Público contra Bispo e que, por enquanto, não existe nada de concreto que mostre que a liberdade do suspeito atrapalhe as investigações.
No entanto, para o promotor de Justiça do caso Rodrigo Merli Antunes, o fato de Bispo ter ficado foragido após ter tido a prisão decretada pela Justiça mostra a necessidade de mantê-lo preso até o julgamento.
Para o advogado do ex-PM, Samir Haddad Junior, a polícia erra ao apontar um único suspeito no crime.
– Se uma pessoa se declara inocente, a polícia devia ter diversificado um pouco as investigações.
A polícia quer ouvir outro depoimento de Mizael Bispo e pretende fazer uma acareação entre ele e o segurança de um posto de gasolina em Guarulhos, suspeito de participar como comparsa no crime.
O pedido de prisão para Mizael Bispo foi revogado na quarta-feira (14). Em sua decisão, o juiz Jayme Garcia dos Santos Jr. também negou a conversão da prisão temporária em preventiva “por falta de comprovação dos requisitos da medida”.
Na terça-feira (13), o Ministério Público Estadual havia pedido a conversão da prisão temporária, que tem prazo de 30 dias, em preventiva. Neste caso, o suspeito ficaria preso até o julgamento.
R7