Na próxima sexta-feira (27), o planeta Terra vai passar pelo mais longo eclipse lunar do século. Será 1h42 de fase total – quando o satélite ficará inteiro “escurinho” – acompanhado de um fenômeno chamado “Lua de sangue”. Esse fenômeno, que dá à Lua um tom avermelhado, é provocado pelos mesmos fatores que fazem o céu ser azul.
No eclipse, Sol, Terra e Lua ficarão alinhados, e nosso planeta bloqueará a passagem dos raios solares até o satélite. A forma como as cores são “desviadas” ao passar pela atmosfera e a posição dos astros criarão o tom vermelho.
Para entender a “Lua de sangue” é importante saber como os raios solares se comportam na atmosfera. A luz solar é a soma de todas as cores. Quando essa luz chega na camada de ar da Terra, cada cor se espalha de uma forma. Vale lembrar da sequência de cores do arco-íris:
Por isso, quando estamos na Terra e olhamos para cima o céu é azul. A cor azul se “espalhou” por toda a atmosfera. A percepção dos nossos olhos também influencia. Temos mais facilidade para perceber o azul e o verde. Por isso, o céu é azul para nós. Nesse caso, tem a ver com a nossa fisiologia também.
Outro ponto de vista
E como seria para um astronauta ver a Terra na superfície Lua em dia de eclipse? Como seria um eclipse “terráqueo” total?
A agência espacial americana (Nasa) já pensou nisso e divulgou uma ilustração. Ver a Terra da perspectiva da Lua em dia de eclipse é ver um grande anel vermelho onde tem a atmosfera:
O eclipse começa às 16h30, mas a Lua não terá nascido no Brasil ainda. A partir das 17h15 ela aparece no Recife, a capital brasileira com mais tempo para admirar a fase total, que termina às 18h13 minutos. A parcial, quando a Lua está só um pedaço coberta pela sombra, ocorre até 19h19 e poderá ser vista em todo o país.
Para observar, a melhor saída é ir para um lugar aberto e o mais perto da costa do Brasil possível. Vale checar o horário que nasce a Lua em cada região e ver qual será a janela de tempo para apreciar. Consigo ver na avenida Paulista? Difícil. O horizonte é tomado por prédios, muitas luzes. O ideal é ir para um campo aberto, onde geralmente é bom para observar as estrelas, segundo o Thiago Signorini Gonçalves, da Sociedade Astronômica Brasileira.
Um ponto positivo do eclipse da Lua é que, ao contrário da versão solar, não é necessário um óculos especial para admirar. Vale conseguir um binóculo ou uma luneta. O melhor é ir logo na hora que a Lua nascer na cidade, assim dá para aproveitar a versão de sangue.
G1
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