O vice-presidente José Alencar reagiu bem às transfusões de sangue e às sessões de hemodiálise às quais foi submetido, segundo os médicos responsáveis por seu tratamento. O cardiologista Roberto Kalil Filho, um dos médicos que cuida da saúde de Alencar, afirmou neste sábado (25) que o sangramento na região abdominal está controlado e que o vice tem quadro estável.
– O vice encontra-se estável. Não apresentou sangramento.
Alencar recebeu um telefonema do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na noite da sexta-feira (24). O médico contou que o paciente, que tem 79 anos, conversa normalmente com a família.
– [Alencar] está conversando com a família e falou por telefone com Lula ontem à noite, quando o presidente ligou para ele. Ele vai permanecer na UTI [Unidade de Terapia Intensiva] e não há novidades em relação a ontem. Os cuidados são os básicos de UTI, ou seja, transfusão de sangue e hemodiálise. Ele está mais disposto hoje em relação a ontem.
O médico Paulo Hoff, que também acompanha o tratamento, reiterou que uma nova cirurgia está descartada. O vice-presidente passou por um procedimento cirúrgico de emergência no dia 22 após apresentar um quadro de hemorragia grave, mas os médicos não conseguiram chegar até o ponto de origem do sangramento, posteriormente controlado com medicamentos.
– O que ficou bem determinado nessa [última] cirurgia é que, infelizmente, pelo menos nas próximas semanas, nos próximos meses, a cirurgia não é uma opção. Então, o tratamento agora é clínico. […] Não é uma opção porque, pelo número de cirurgias anteriores, há dificuldades técnicas intransponíveis. É impossível fazer esse tipo de cirurgia nesse momento. Eventualmente, o organismo pode se recuperar, e um dia isso pode voltar a ser possível, mas não nos próximos meses.
O médico admitiu que ainda há o risco de o sangramento voltar, e que por isso é necessário observar o quadro clínico do vice-presidente. Sobre a possibilidade de liberar Alencar para a posse de Dilma Rousseff, no dia 1º, ele afirmou que dependerá de sua recuperação.
– Se você me perguntar, daqui a cinco dias, se ele estiver no quarto, estável e for o desejo dele, aí nós vamos liberá-lo, talvez com uma equipe médica junto, mas ele vai à posse.
R7