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Metade das capitais brasileiras pode ter prefeitos reeleitos nas eleições deste ano

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Em 13 das 26 capitais brasileiras, os atuais prefeitos terão a chance de tentar mais um mandato neste ano. E as chances de vitória são boas. Para especialistas ouvidos pelo R7, com a máquina pública em mãos, esses governantes-candidatos levam vantagem sobre os adversários e saem na frente na corrida por votos.

Para o cientista político José Paulo Martins, da Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro), a eleição é o momento em que o prefeito pode apresentar à população o que fez pela cidade no período em que ficou no poder.

– [O prefeito] tem uma facilidade de recursos que os demais não têm. Depende também de como está a avaliação. Se ele tiver um bom índice de aprovação, esse cara é praticamente imbatível. Está reeleito e dificilmente perde, porque ao longo das campanhas [políticas] a tendência é que a avaliação do Executivo melhore. É o momento em que ele pode mostrar suas realizações.

A cientista política Helcimara Telles, da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), lembra que em 2008, quando foram realizadas as mais recentes disputas municipais, o índice de reeleição foi de quase 100%. Naquele ano, 20 dos 21 prefeitos que podiam se manter no cargo alcançaram o objetivo.

Para 2012, Helcimara aposta em um quadro parecido. Além de todos os fatores que, normalmente, já favorecem o atual prefeito, como a verba para fazer propaganda de seus feitos e o apoio dos vereadores, ela ressalta que o bom momento vivido pela economia brasileira, embora não seja um fator tão determinante em uma eleição de nível local, ajuda muito.

Organizadora do livro Como o Eleitor Escolhe Seu Prefeito: Campanha e Voto nas Eleições Municipais, que trata das eleições de 2008 e foi escrito em parceria o cientista político Antônio Lavareda, a especialista explica que, em momentos de estabilidade, o eleitor tende a votar no atual prefeito em vez de apostar em novos nomes.

– A taxa de reeleição nas capitais, e até mesmo no interior, é alta, sobretudo porque a situação econômica no Brasil tende a ser positiva. Essa bonança econômica faz com que o eleitor vote em candidatos que representem o continuísmo. Facilita a reeleição.

Helcimara afirma que, se o governo federal vive um bom momento, com arrecadação em alta e contas em ordem, os repasses para os municípios também aumentam. Com o cofre cheio, os prefeitos investem em obras e ações voltadas à sua cidade.

– Este momento econômico leva os prefeitos a poderem investir mais em obras e na cidade em geral, pois quando o país cresce os municípios recebem mais recursos. É óbvio que isso faz com que o eleitor faça um julgamento positivo, beneficiando os prefeitos que tentam se manter no poder.

TV e propaganda

Também joga a favor do prefeito, segundo Martins, a formação e a manutenção de uma base ampla na câmara municipal. Na avaliação do professor, o apoio dos partidos representados no Legislativo da cidade pode garantir mais tempo na propaganda de rádio e TV, pois o espaço é dividido entre os candidatos de acordo com o tamanho das coligações.

Para Helcimara, o horário eleitoral pode até reverter uma avaliação negativa. Para ela, um caso emblemático é o do prefeito de Salvador, João Henrique (PMDB), que foi reeleito há quatro anos mesmo tendo uma avaliação bastante negativa durante seu mandato.

– Durante a organização do livro, percebi que mesmo o prefeito mal avaliado, por dispor de mais tempo no horário eleitoral gratuito, consegue mudar a avaliação negativa. O tempo maior sobre os concorrentes permite justificar alguns erros e fazer comunicação das obras e promessas que realizou no mandato. Os concorrentes têm que falar sobre o futuro. É uma coisa mais abstrata. Só vende esperança de mudança, enquanto que o prefeito oferece o passado e o futuro.

Entre as 13 capitais, onde pode haver reeleição, estão Porto Alegre, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Na capital do Rio Grande do Sul, o prefeito José Fortunati (PMDB) deve enfrentar a deputada federal Manuela D’ávila (PCdoB), que é bastante popular. Já Márcio Lacerda (PSB), prefeito de BH, pode perder o apoio do PT, pois firmou aliança com o PSDB.

No Rio, o atual prefeito Eduardo Paes (PMDB) deve ser reeleito facilmente de acordo com o José Paulo Martins. Na opinião do cientista político, até o momento, não há nenhum candidato que possa ameaçar o peemedebista. São Paulo está entre as outras 13 capitais onde o prefeito não pode se reeleger, já que Gilberto Kassab (PSD) assumiu em 2006.

R7

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