Alexandre de Moraes tinha um gabinete paralelo. Que ironia! O suposto ministro defensor da democracia agia à revelia da lei – usando o aparato do Estado – para criar relatórios que justificassem condenações criminais de pessoas que ele escolhia. Inquisidor, acusador e julgador em uma só pessoa.
Fora da lei e do devido processo legal, um órgão da Justiça Eleitoral, sob supervisão do ministro, produzia relatórios sob medida para embasar decisões em inquéritos inconstitucionais e sigilosos no STF, cujo relator e executor é o próprio ministro.
Quem pode investigar e julgar um ministro que faz o que quer? Mesmo diante de tão graves denúncias, o resultado provável é nada: inquéritos ilegais e ações persecutórias sigilosas continuarão.
Já faz anos que Moraes pratica “novilíngua”: o termo “democracia” justifica perseguição, acusação e punição sigilosa de quem o ministro quer. O Brasil normalizou figurinhas de Whatsapp em que o ministro está sempre ameaçando derrubar perfis e perseguir críticos. A arbitrariedade virou piada.
É uma corrupção moral: gente formada em direito e supostos defensores da lei na época da Lava Jato dobraram seus joelhos à arbitrariedade do ministro. Legalistas justificando inquérito sigiloso e ação persecutória de críticos! A lição é simples: saiu do império da lei, o resultado é arbitrariedade. O “rei” sempre esteve nu, não vê quem não quer.
Anderson Paz