O número de mortos no Estado do Rio de Janeiro por conta das chuvas chega a 227 mortos. A informação é do Corpo de Bombeiros e foi atualizada às 14h40 deste domingo (11).
Até o momento, foram registradas 146 mortes em Niterói, 63 na cidade do Rio de Janeiro, 16 em São Gonçalo, uma em Petrópolis, uma em Nilópolis, uma em Paracambi e uma em Magé. O número de vítimas, entre mortos e feridos, chega a 390.
Somente no morro do Bumba, em Niterói, onde houve um deslizamento de terra na última quarta-feira (7), já foram retirados 36 corpos.
Segundo estimativa aproximada do Corpo de Bombeiros, o número de desalojados em todo o Estado do Rio de Janeiro ultrapassaria os 40.400. Já os desabrigados somariam mais de 11.500 pessoas.
Na cidade mais afetada, Niterói, 90 abrigos foram providenciados para receber as vítimas das chuvas. Nesses abrigos já se encontram quase 6 mil pessoas. Segundo a prefeitura, a cidade recebeu até o momento mais de 20 toneladas de doações, entre alimentos, roupas e produtos de higiene e colchões.
Na noite deste sábado (10), o prefeito da cidade de Niterói, Jorge Roberto Silveira, negou em uma entrevista coletiva a existência de um estudo que indicasse que o morro do Bumba estivesse em situação crítica de risco.
Retirada imediata
O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), afirmou neste sábado que determinou a retirada “imediata” dos moradores do morro do Céu, lixão em Niterói vizinho ao morro do Bumba, onde mais de 30 corpos soterrados já foram resgatados. ‘É uma área de risco iminente, coisa dantesca. Vamos tirá-los de lá imediatamente’, declarou Cabral.
O governador afirmou que aproveitará um Termo de Ajustamento de Conduta firmado há cinco anos entre o Ministério Público Estadual e a Prefeitura de Niterói para desapropriar cerca de 200 casas do morro do Céu. A localidade vizinha ao morro do Bumba também corre risco de desabamento.
Segundo o governador, a desapropriação no morro do Céu –onde funciona o atual aterro controlado de Niterói– será feita ‘agora’. Cabral não informou, porém, uma data precisa para dar início aos processos.
De acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura de Niterói, os acessos ao morro do Céu já foram interditados e as famílias serão retiradas do local “em breve”.
Resistência da população
Moradores do morro dos Prazeres, no bairro de Santa Tereza, no centro do Rio de Janeiro, permanecem em áreas onde cerca de 400 casa foram interditadas pela Defesa Civil. Muitos resistem à ideia de ir para um abrigo montado pela prefeitura.
A comunidade de 7 mil habitantes foi a mais afetada na capital fluminense após as fortes chuvas dessa semana. No local, já foram encontrados 28 corpos que estavam soterrados em virtude do deslizamento de terra ocorrido na manhã de terça-feira (6).
Janice Delfim, 27, moradora do morro dos Prazeres, diz que não deixará a comunidade. “A população não sabe direito quais áreas estão em risco. Recebemos informações diferentes. Se vou sair, vou pra onde?! Se eu for para o colégio, não sei quanto tempo vou ter que ficar lá. Um dia? Uma semana? Um mês? E depois? Minha vida é aqui”, justifica. A maioria da população tem preferido ir para a casa de amigos ou parentes.
UOL
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