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O Rei dos fogos de Copacabana

 Na noite de hoje, o espanhol Mario Igual estará nas areias cariocas, mas irá comemorar a chegada de 2014 pelo menos 57 vezes.

Pelo terceiro ano, ele é o “dono” dos fogos da praia de Copacabana, mas não só dela: seus shows pirotécnicos -já contratados até pelo Iraque no regime de Saddam Hussein- vão fazer brilhar os céus em vários locais espalhados pelo mundo.

De Abu Dhabi (Emirados Árabes) à Ilha de Pascoa, passando por Barcelona.

Foi, aliás, na cidade catalã que o negócio da família nasceu, com seu avô e bisavô há mais 100 anos.

Barcelona também serviu de trampolim para os negócios. Igual foi o responsável por toda a pirotecnia das Olimpíadas de 1992.

“Foi muito importante. Antes, atuávamos mais na Europa”. Exportados a diversos países, os artefatos são produzidos até hoje apenas na cidade mediterrânea.

Com a visibilidade dos Jogos, ele abriu uma empresa no Chile, em 1998. “Foi para atender à América do Sul, mas vendemos hoje para o Panamá e os Estados Unidos”, conta.

Um grande filão para seus negócios tem sido o Oriente Médio, conta. Com base nos Emirados Árabes, a empresa vende para países como Catar, Omã e Iraque.

“Até a guerra, a força aérea do Iraque buscava os fogos em Barcelona para os festejos do Dia Nacional.”

Em Copacabana, Igual aportou em 2011 graças a uma parceira com a empresária Vivian Pires, que o representa no Brasil. O show é o maior e o mais importante de todos os que faz no Réveillon.

Chegou após as reclamações dos fogos chineses (mais baratos), que dominavam a festa desde 2005 e em alguns anos provocaram muita fumaça, prejudicando a visão do público. Igual diz que a “concorrência chinesa” é muito grande, mas que seu produto é “diferenciado”.

O acúmulo de fumaça melhorou nos dois últimos anos, mas ela ainda é notada.

Para 16 minutos de luzes e desenhos no céu previstos para este ano, é necessária uma operação complicada porque os foguetes e bombas são lançados de 11 balsas, distantes 400 metros da orla.

Serão 24 toneladas de fogos e 24 mil bombas. Cinquenta técnicos vão atuar -44 embarcados num contêiner protetor equipado para evitar acidentes.

Em 2001, uma pessoa morreu e e cinquenta se queimaram com os fogos, antes lançados da areia. Desde então, são usadas embarcações.

Ele não revela os custos da festa. O espanhol, porém, terá na conta de sua empresa 4 milhões de euros (R$ 13 milhões de reais) após as festas deste Ano Novo.

Uol

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