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Operação Voltando em Paz resgata mais 47 brasileiros na Faixa de Gaza

Foto: GOV BR / FAB

Um grupo de 47 brasileiros e parentes de brasileiros que estava na Faixa de Gaza cruzou a fronteira com o Egito neste sábado, 9/12, para ser resgatado pelo Governo Federal Brasileiro. São 27 crianças e adolescentes, 16 mulheres (duas idosas) e quatro homens adultos. Entre eles, 11 binacionais brasileiro-palestinos e 36 palestinos.

Uma aeronave KC-30, da Força Aérea Brasileira, já está a caminho do Cairo, capital egípcia, para trazer todos de volta ao Brasil no 11º voo de repatriação da Operação Voltando em Paz.

Segundo informações do Ministério das Relações Exteriores, da lista de 102 brasileiros e familiares próximos apresentada aos governos envolvidos para autorização da saída da Faixa de Gaza, 24 tiveram a saída negada, incluindo 7 brasileiro-palestinos. Com isso, alguns familiares dos que não foram autorizados também acabaram desistindo. Dos 78 previstos na lista autorizada, cruzaram a fronteira 47.

“Permanecem em Gaza cerca de 30 brasileiros, nas cidades de Gaza e Rafah e nos campos de refugiados de Nuseirat e Maghazi. A representação continuará monitorando a situação e prestando toda a assistência possível”, afirmou o embaixador Alessandro Candeas, da representação brasileira na Cisjordânia.

O grupo final de 47 foi recepcionado pela equipe da embaixada brasileira no Egito, embarcado em vans locadas pelo Governo Federal e fez um trajeto de cerca de seis horas de viagem até a cidade do Cairo. Lá, vão descansar, ser alimentados e avaliados por profissionais da área médica. A previsão é de que o voo de volta decole neste domingo rumo ao Brasil.

AJUDA HUMANITÁRIA – Um outro braço da Operação Voltando em Paz teve início na tarde deste sábado, quando uma aeronave KC-390, fabricada pela Embraer, decolou da Base Aérea do Rio de Janeiro rumo ao Egito com 11 toneladas de alimentos não perecíveis em mais uma ação de ajuda humanitária para os civis da região da Faixa de Gaza. A previsão de pouso em Al-Arish, cidade próxima à fronteira com Gaza, é para a manhã da próxima terça-feira (12/12).

A iniciativa é coordenada pela Agência Brasileira de Cooperação, do Ministério das Relações Exteriores (MRE). Após decolar do Rio de Janeiro, a aeronave fará paradas técnicas na Base Aérea do Recife (BARF), em Cabo Verde, em Portugal, na Grécia e no Egito.

Este é o terceiro voo que sai do Brasil com finalidade humanitária. Em 18 de outubro, um VC-2 pousou no Egito com equipamentos de filtragem de água e kits de saúde. A carga continha 40 purificadores de água com capacidade de tratar mais de 220 mil litros por dia. Com tecnologia e fabricação brasileiras, os equipamentos são capazes de remover 100% de vírus e bactérias da água. O acesso à água potável é uma das maiores dificuldades enfrentadas pela população da Faixa de Gaza. Os kits de saúde atendem até 3 mil pessoas cada um ao longo de um mês e são compostos por medicamentos e insumos, como anti-inflamatórios, analgésicos, antibióticos, além de luvas e seringas. Ao todo, cada kit continha um total de 267 quilos de materiais.

Em 2 de novembro, um outro VC-2 da Presidência da República pousou no Aeroporto Internacional de Al-Arish, Egito, levando 1,5 tonelada de alimentos – arroz, açúcar, derivados de milho e leite – destinados à população da Faixa de Gaza, oferecidos pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), em nova ação de ajuda humanitária.

HISTÓRICO – Desde o início do conflito no Oriente Médio, 1.477 passageiros e 53 animais domésticos foram resgatados em dez voos que utilizaram cinco aeronaves da Força Aérea Brasileira. Com esses novos 47, serão 1.524. Cerca de 150 militares e 37 profissionais de saúde (13 médicos, nove psicólogos e 15 enfermeiros) se envolveram na logística. Mais de três mil refeições foram servidas em 315 horas de voo sobre 16 países.

RESPOSTA IMEDIATA – O mundo ainda assimilava o choque dos atentados cometidos contra Israel no sábado, 7 de outubro, quando o Governo Brasileiro deu início à mobilização para estruturar a retirada de brasileiros da zona de conflito. No mesmo dia dos ataques, foi montado um gabinete de crise e, uma vez acionadas, as embaixadas do Brasil em Tel Aviv (Israel), do Cairo (Egito) e o Escritório de Representação em Ramala (na Palestina) deram início à operação diplomática para identificar quem eram e onde estavam os brasileiros na região conflagrada. Em paralelo, a Força Aérea Brasileira era acionada para garantir que as aeronaves pudessem resgar os cidadãos nacionais no mais breve prazo possível.

Por meio de formulário online, cerca de 2,7 mil manifestaram interesse em retornar ao Brasil. Aqueles que não conseguiram lugares em voos de companhias aéreas privadas passaram a ser atendidos pela Operação Voltando em Paz, seguindo requisitos de prioridade para brasileiros sem passagens, não residentes, gestantes, idosos, mulheres e crianças. Até especialistas do Ministério da Agricultura foram envolvidos para garantir o repatriamento de animais domésticos.

PB Agora

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