Não foi uma morte inesperada a do Silvio Santos, vou ser real, ela se deu dentro de um cronograma e era esperada, 93 anos. Longevidade: duração de vida mais longa que o comum. Deus o presenteou com tempo elástico de existência, estando bem acima da média brasileira e mundial. Uma coisa é certa: Silvio foi um “ícone” e continuará sendo no imaginário de quem o acompanhou e o admirou por muitos anos e gerações.
Exímio comunicador do entretenimento radial e televisivo nos lares brasileiros, excelente gestor e líder, ademais, é comprovado por muitos do seu convívio diário que o mesmo era possuidor de um grande coração dadivoso. Tinha metas, sabia onde estava, que caminho seguir e onde chegar. O mesmo, entrega de herança às lideranças atuais e as que hão de vir, o legado de como ser um líder eficaz e próspero. Tinha um sorriso e simpatia contagiante que só podia fluir de sua alma, alguém não poderia fabricar esse comportamento por décadas, se não fosse real. Silvio Santos: símbolo de êxito.
Algumas vezes em minha mente limitada, passava esse pensamento: será que esse homem é eterno? Adolescência, juventude e terceira idade, vendo sempre o mesmo à minha frente. Ele é eterno ou é clonado? Devaneio de uma mente pensante, só isso. Como todo ser humano, ele teve data de entrada ao mundo e data para saída. Tinha um espírito tão alegre, positivo e vibrante, que não admitia nenhum outro comportamento contrário à sua frente: Chegando ao SBT, um certo dia pela manhã, ao entrar pela porta de trás, na portaria, deparou-se com a cara fechada e sem sorriso do porteiro, perguntou-lhe: você traz algum problema? Não, disse o porteiro. Disse Silvio: passe no RH (Recursos Humanos), estás despedido. Em outras palavras: minha empresa tem um só espírito (alegria), principalmente na recepção. Assim era ele.
Sua vida foi uma caminhada com mais altos que baixos. Foi um guerreiro, oriundo de família humilde, porém, com espírito confiante e de grandeza, onde muitos outros foram beneficiados. Era Judeu, até onde sei, praticante. Seu corpo não será cremado, essa é uma das regras do judaísmo, a cerimônia será só para família e alguns mais próximos da família. O cemitério onde será enterrado é particular, propriedade da própria família, não foi publicado o endereço do mesmo.
Viveu abertamente para todos, na sua morte, preferiu o anonimato. O carro de bombeiro dessa vez descansou, não houve necessidade de exposição pública pelas ruas de São Paulo, nem visita, lágrimas, muitas vezes de crocodilos, opiniões e discursos de líderes os mais diversos políticos foram dispensados. Ao entrar na eternidade, optou pelo silêncio respeitoso, ao ficar cara a cara com o Eterno. Na verdade, agindo assim, só confirma para todos nós, o espírito nobre que ocupou seu corpo por nove décadas!
Elcio Nunes
Cidadão Brasileiro
