Opinião: Nada mudou!

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Luto para crer em meu país, porém, na maioria das vezes, ele tem a cara de uma grande piada. Muitos atribuem a frase: “O Brasil não é um país sério”, ao ex-Presidente Francês, General Charles de Gaulle, que presidiu a França entre 1944-1946, outros atribuem a mesma a Carlos Alves de Souza, embaixador do Brasil na França em 1962. Resumo: sendo de Charles de Gaulle, ou de outro líder, essa frase tem um tom de verdade. Há dias tenho ouvido de muitos comentaristas renomados de nosso país, que o Brasil atua no universo das 202 nações que compõem a terra, como uma republiqueta de segunda categoria. Eu não chego a tanto, porém, muitas vezes me ponho a pensar e repensar.

Os poderosos brasileiros na área econômica, não mantém 100% de seus lucros aplicados em bancos, bolsas e em investimentos que beneficiem nossa nação, mas sim em economias como a americana e europeia. Eles ganham no Brasil e depositam lá fora. Suas residências seguras estão em paraísos estrangeiros, seus filhos quase sempre estudam em universidades de renome fora do nosso país. Todos esses sintomas nos levam a avaliar nossa pátria com cara de republiqueta. Não temos essa cara, porém a criamos no dia a dia.

Somos a nona economia do mundo e isso deveria trazer orgulho e não desconfiança e medo de investir em solo brasileiro. Os ditos nobres e abastados sempre agiram assim. Um líder nosso vai a Paris e diz de boca cheia que temos 30 milhões de crianças de rua, outra recentemente foi a uma conferência mundial e abriu a bocarra para dizer que temos 120 milhões de pessoas famintas em nossa pátria e até agora não reparou seu erro. Na verdade, nada muda.

Na primeira semana de fevereiro tivemos a eleição para presidente da Câmara e Senado Federal, tudo ficou no mesmo. Os conchavos foram grandes e só Deus sabe o que rolou nos bastidores. Na Câmara Federal, o Arthur Lira foi reeleito de um modo fácil, temos 513 deputados federais e ele abocanhou os votos de 464. Até os seus inimigos políticos de Alagoas, seu reduto político, o apoiaram. Lira não é esse grande líder, muitas pautas em sua primeira gestão, vergonhosamente, não andaram.

No Senado, Rodrigo Pacheco, outro líder pálido, foi reeleito com 49 votos dos 91 senadores e Rogério Marinho (PL), foi derrotado, recebendo 32 votos. Pelo candidato Pacheco, trabalhou de cheio o Palácio do Planalto e o partido dos trabalhadores em peso. Fontes dizem que alguns Ministros do STF deram uma forcinha ao Pacheco.

Esses dois reeleitos nas duas casas, durante o governo Bolsonaro, não fizeram o dever de casa e foram 100% submissos ao judiciário. Em algumas ocasiões e situações, davam a aparência de inexistência de autoridade e independência política, não reacionavam quando deveriam fazê-lo.

Nesses dois próximos anos do governo Lula, espero que saiam da inércia e façam algo. Uma das reformas que o país espera com urgência é a tributária, esperamos que agora saia do papel e do blá, blá, blá; ainda que saibamos que se sair, sairá manca, no entanto, a esperamos.

Sabemos que a administração Lula é contra privatizações, por ser socialista com mescla comunista. Por isso digo: não vamos longe. De exemplos positivos das privatizações em solo nacional, temos a telefonia brasileira, que foi privatizada na era FHC e hoje fala por si só, como também o setor energético. A Eletrobrás foi privatizada no governo Bolsonaro e hoje nos rende dividendos, pensar o contrário, é perseguirmos um atraso absurdo.

Na verdade, amigo leitor, não quero ser pessimista, porém, não visualizo grandes arrancadas dentro do nosso país em sentido de grandes conquistas desenvolvimentistas a curto prazo. Talvez, haja uma acomodação dentro da classe pobre com ajudas ínfimas de reais, para calar um pouco a voz rouca das ruas e uma chuva de benesses para empresários e banqueiros, que ganharão seus bilhões, porém, não os investirão de montão em nosso território nacional. Por fim, deixo uma frase no ar: Estamos a viver uma séria seca (escassez) de líderes fortes e notáveis, no Brasil, América Latina e em todo o mundo.

 

Elcio Nunes

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