No epílogo do mandato de Arthur Lira à frente da presidência da Câmara Federal, assiste-se a uma verdadeira “quebra de braços” no palco político. O Centrão, com seus aliados parlamentares, não aceita que o acordo firmado com o Planalto, que garantia a liberação de emendas milionárias, desmorone assim, sem mais nem menos. O objetivo foi claro: garantir a aprovação, sem maiores dificuldades, de um pacote tributário que mais parece um “remendo” — um projeto que, para os deputados, carrega consigo o peso dos votos e das promessas eleitorais.
E, com o Natal e o Ano Novo à porta, os políticos, de olhos brilhando, aguardavam ansiosos o “presente de Natal” que viria na forma de R$ 4,2 bilhões, caindo do céu como uma bonança prometida pelo Planalto. No entanto, o que era para ser uma festa virou frustração: o Ministro do STF, Flávio Dino, barrou o que parecia certo, frustrando as expectativas dos deputados e de suas bases políticas, que já contavam com a grana para fechar o ano com chave de ouro.
Flávio Dino, ao intervir, demonstrou não apenas firmeza, mas também resistência política. Alguns analistas sugerem que seu gesto é mais do que uma simples ação jurídica: seria, na verdade, uma forma de desforra. Mágoas acumuladas ao longo de quatro anos, especialmente em relação a Arthur Lira, finalmente começam a se manifestar, agora que o clima político esquentou e as tensões se tornaram explícitas.
A grande dúvida que paira sobre essa disputa é: será isso apenas mais um capítulo no jogo entre o Planalto e o STF? Ou será que há algo mais? Afinal, Arthur Lira, com sua saída iminente da presidência da Câmara, parece estar perdendo a força e o controle sobre as articulações da Casa. Durante sua gestão, Lira nunca se destacou como um líder firme e resoluto. Sua postura oscilante — ora alinhado com o governo, ora com a oposição — fez com que muitos o vissem como um jogador oportunista, sempre pronto a mudar de lado conforme o vento político soprasse. Talvez, neste momento, ele esteja sentindo os efeitos dessas escolhas dúbias.
No entanto, é difícil acreditar que esse embate seja mais do que um jogo de cena. Afinal, como em todo espetáculo político, a impressão que se tem é a de que, mais cedo ou mais tarde, as emendas serão liberadas. O Congresso, mais uma vez, sairá vitorioso, enquanto o Planalto, aparentemente derrotado, cederá às demandas dos parlamentares. A política brasileira, implacável e cíclica, se desenrola, e no final, todos os envolvidos — de um lado e de outro — conseguem o que querem, como se estivessem saboreando seus “tabletes de chocolate”. E nós, cidadãos? Bem, ficamos na plateia, observando tudo de longe, sem muito o que fazer além de lamber os dedos.
Elcio Nunes
Cidadão Brasileiro!
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