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Opinião: um berro pela democracia e não à intolerância. Que o 7 de setembro seja pacífico!

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A música ‘Que País é este?’, lançada em 1987 no álbum de nome homônimo, da banda Legião Urbana, nunca esteve tão atual. A canção foi escrita por Renato Russo em 1978, durante a ditadura militar, e fala sobre as contradições sociais do Brasil.

Quando escreveu a letra, Renato Russo ainda era vocalista de uma banda chamada ‘Aborto Elétrico’, mas só lançou a composição na época em que já estava nos vocais do Legião Urbana. Lembro bem daquela canção “enigmática” para um jovem de 15 anos.

Eu, apenas, repetia o que aquele rapaz de gestos mirabolantes no palco e voz cativante gritava como um berro de pura rebeldia numa plateia efusiva e cheia de esperança. Não sabia, confesso, a profundidade da letra, pois fui na infância e nos primeiros anos de adolescência regido pelo “cale-se”.

Moldado na leitura silenciosa em sala de aula, pois debates ou perguntas, mesmo que ingênuas, eram proibidas e os professores tolhidos de responder perguntas “vexatórias” da época, tal fato desacelerou meu ponto de indagar. Era “pecado” para toda uma geração o “perguntar”.

E hoje? Bem, em dias atuais a minha mente, e de tantos outros, descobriu um senso crítico. Vejo um presidente da República totalmente perdido, isolando o Brasil do mundo, estando a “pátria de chuteiras” sofrendo com o negacionismo disfarçado na “proteção” à família, pondo a fé dos desavisados em ódio contra as diferenças.

Sim, o Brasil não só vive uma crise econômica, institucional e sanitária. Vivencia o pobre país uma hecatombe de fake news. Pior: desrespeita o contraditório, cuja Constituição, nas suas quatro linhas, foi rasgada por inúmeras vezes pelo senhor Jair Bolsonaro, que insufla seus apoiadores a um golpe de estado baseado na truculência, apoiando-se em um falso puritanismo social que coloca o Brasil à beira de um conflito separatista, seja ele armado, ou não.

E aqui digo não ser preciso citar as transgressões do chefe do poder Executivo federal. É claro que problemas da mesma ordem ocorreram em gestões passadas, mas não se viu na história democrática recente do país uma polarização política que ponha, por exemplo, pai contra filho por terem opiniões divergentes quanto à condução das políticas públicas, de maneira macro, defendidas a ferro e fogo pelo ex-capitão do Exército que hoje é o mandatário da nação brasileira.

Agora vem o 7 de setembro. Torço, como a maioria dos brasileiros, que o respeito, a ordem social e institucional sejam mantidos. Que bolsonaristas e seus opositores optem pela legalidade, não transformando uma data comemorativa em mais um capítulo triaste da nossa história enquanto povo, país, nação.

Em tempo, o radicalismo da extrema direita ou esquerda é um passo em direção ao retrocesso democrático. Algo nocivo. É preciso, por mais improvável que seja, que os dois pensamentos ideológicos cheguem a um mínimo de consenso em prol à coletividade, pois o povo brasileiro não aguenta mais as “divinas promessas” que quase sempre não chegam ao prato faminto da população brasileira, ou grande parte dela.

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