A Polícia Federal investiga quadrilhas que vendem e compram informações pessoais de brasileiros para fraudar o aplicativo Caixa Tem, da Caixa Econômica Federal, e roubar o saque emergencial do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Os criminosos usam o aplicativo oficial e acessam as contas.
A jornalista Suelen Fontoura foi uma das vítimas. Ela revela que foi checar o saldo do FGTS e viu que havia sido feito um saque. Após falar sobre o caso nas redes sociais, Suelen recebeu relatos de outras vítimas.
Os criminosos cadastram um e-mail falso no aplicativo e só eles podem abrir. Suelen revela que, quando tentou mudar a senha, foi informada de que havia um e-mail cadastrado que não era o dela.
“Primeiro, eu não acreditei. A gente vê esses golpes a toda hora e eu não acreditei que eu tinha caído em um golpe”, afirma.
Desempregada, Cleide de Almeida Leite da Costa também foi vítima do golpe. Ao notar que o dinheiro tinha sido retirado de sua conta, ela foi até uma agência da Caixa para pedir ressarcimento. Na unidade, porém, foi informada que o setor de segurança não verificou fraude e que o dinheiro não seria reembolsado.
Questionada, a Caixa afirma que está melhorando os critérios de segurança no aplicativo Caixa Tem e orienta os beneficiários que tenham sido vítimas do golpe a procurarem uma agência para contestar o saque portando documento de identificação e CPF.
Caso o pedido seja negado, é possível solicitar reanálise na agência.
Falhas no sistema de autenticação
Especialista em segurança, Fábio Ramos afirma que a forma de evitar o golpe é baixar o aplicativo e fazer o cadastro primeiro:
“E se elas não fizerem, a gente está vendo, em um intervalo de um dia, o criminoso faz o cadastro e chega no dinheiro antes dela”.
Ramos ainda critica o sistema de autenticação criado pela Caixa.
“Existe uma aposta muito grande de que essas informações pessoais seriam conhecidas só pelas pessoas, só pelo beneficiário, mas, talvez, eles tenham esquecido que os criminosos são superatentos e têm mais informações do que se imagina”, diz.
Na internet, bandidos anunciam e vendem números de CPF. Ainda de acordo com o especialista, a estimativa é que 600 contas sejam saqueadas por semana.
G1
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