A Polícia Federal pediu para o presidente Michel Temer esclarecer o sentido da frase “tem que manter isso”, dita ao empresário Joesley Batista, da JBS, em encontro fora da agenda oficial no Palácio do Jaburu, em março.
A frase foi dita pelo presidente após Joesley afirmar que está bem com ex-deputado federal Eduardo Cunha, e faz parte do inquérito em que o presidente é investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva, obstrução à Justiça e organização criminosa. Temer nega ter cometido irregularidades.
O pedido de esclarecimento faz parte da lista questionamentos da PF ao presidente. As perguntas tratam de temas como a relação de Temer com o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures, flagrado ao receber mala com R$ 500 mil de um executivo da JBS, o encontro de Temer com Joesley no Jaburu, a empresa Rodrimar, que atua no Porto de Santos e que, segundo procuradores do MPF, pode ter sido beneficiada um decreto de Temer, a relação de Temer com o coronel João Batista Lima Filho, apontado por delatores da JBS como intermediário de valores pagos ao presidente.
O presidente tem 24 horas para responder, mas não é obrigado a fazê-lo. Antes de o ministro Edson Fachin (STF), relator do inquérito, autorizar a PF a questionar Temer, a defesa do presidente havia pedido que ele só fosse ouvido após a perícia na gravação do encontro, que ainda não foi concluída.
Na segunda-feira (5), o Planalto afirmou ter recebido 84 perguntas, mas a lista da PF tem 82 pontos.
G1