Após reunião com líderes do Movimento Passe Livre (MPL), que vem organizando os protestos contra o aumento das tarifas do transporte público na capital paulista, o secretário de Segurança Pública, Fernando Grella, informou que, para o novo protesto marcado para hoje (17), os policiais não estarão equipados com balas de borracha, e que a Tropa de Choque da Polícia Militar (PM) não estará presente, mas estará de plantão, caso haja necessidade.
Apesar da garantia do não uso de balas de borracha, os policiais poderão utilizar gás lacrimogêneo, spray de pimenta e bombas de efeito moral. Haverá, por sua vez, maior diálogo entre a liderança dos movimentos e o comando da PM. O secretário garantiu que estará em contato com o comandante-geral sobre as decisões tomadas em rua.
Além de três representantes do MPL, participaram da reunião, que durou uma hora e meia, três representantes do Ministério Público, além de integrantes de movimentos religiosos.
Segundo Grella, ficou acertado que o trajeto a ser feito hoje pelos manifestantes será definido pouco antes do início da concentração, que ocorrerá no Largo da Batata, zona oeste da capital, às 17h.
“Ficou acertado que a divulgação do trajeto será apenas no local da saída do movimento”, disse.
Segundo o promotor de Justiça, Urbanismo e Arquitetura, Maurício Ribeiro Lopes, o cumprimento do acordo entre a liderança dos movimentos e o comandante da Polícia Militar vai ser acompanhado pelo promotor de Justiça Mário Malaquias.
Com relação à ocupação da Avenida Paulista, questão que teria intensificado o conflito entre PMs e manifestantes durante o último protesto, ficou combinado que ela poderá ser ocupada, embora o MP não concorde.
“O Ministério Público ponderou a preservação da Avenida Paulista, por se tratar de uma artéria que liga a 30 hospitais da cidade. A liderança também ficou de ponderar sobre isso”, declarou.
Mayara Vivian, que faz parte da liderança do MPL, disse que a manifestação de hoje será pacífica.
“A Secretaria de Segurança Pública se comprometeu de que não haverá repressão, de que a PM não vai repetir o cenário de guerra que a gente teve. Garantiu que não haverá prisões preventivas, como a gente teve nos outros atos”, disse.
Nas últimas quatro manifestação contra o aumento da tarifa de ônibus em São Paulo houve confronto entre policiais e manifestantes.
O último protesto, na quinta-feira (13), o mais intenso, terminou com 15 jornalistas feridos, segundo o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo.
Para a manifestação de hoje, a Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos de São Paulo (Arfoc-SP) está organizando o uso de coletes identificados por imprensa, para evitar que esses profissionais sejam novamente atingidos.
Agência Brasil
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