A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse neste sábado (20), durante discurso no congresso nacional do PT onde foi oficializada como pré-candidata ao Palácio do Planalto, que “jamais” pensou que “vida reservasse tamanho desafio”. Contudo, ele disse que se sente preparada para governar o país e afirmou que pretende fazer um governo de coalizão.
“Eu jamais pensei que a vida me reservasse tamanho desafio, mas me sinto preparada para enfrentá-lo”, disse no início do discurso. Em seguida, a ministra lembrou de sua juventude em Minas Gerais e sua vida política no Rio Grande do Sul, fazendo referência ao período em que lutou contra a ditadura militar.
Segundo a ministra, a vida permitiu que ela e os petistas amadurecessem, mas isso não a fez mudar suas convicções. “Amadureci e amadurecemos nós todos, na vida, no estudo nas responsabilidades do governo. Mas, esse amadurecimento não se confundiu com perda de convicções. Não sucumbimos aos modismos ideológicos e persistimos nas nossas convicções. Conseguimos através delas construir um projeto concreto e realista”, afirmou.
Dilma disse que recebe a tarefa do partido com humildade, coragem e determinação. “Recebo com humildade a missão que vocês estão me oferecendo, mas também com coragem e determinação também. Com o apoio do presidente Lula, com o apoio dos partidos aliados. Participo de um governo de coalizão e quero formar um governo de coalizão”, disse.
A ministra prosseguiu seu discurso dizendo que manterá todos os programas do governo, sua política externa e a reconstrução da máquina pública. “Nós vamos continuar valorizando o servidor público e o serviço público, vamos continuar reaparelhando o Estado, recompondo sua capacidade de gerenciamento e planejamento”, afirmou.
Compromissos
Apesar de dizer que não apresentaria um programa de governo durante o discurso, a ministra fez questão de assumir compromissos com algumas ações do atual governo.
Dilma disse que, se eleita, manterá e reforçará as políticas sociais, que ampliará a construção de creches no país e que dará prioridade à construção de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e ao programa saúde na família.
“O PAC 1, o PAC 2 e o programa Minha Casa, Minha Vida serão decisivos para melhorar as condições de vida dos brasileiros e resolver o que é uma das maiores chagas da historia do Brasil, que é a população ser obrigada a viver em favelas e em encostas”, discursou.
A ministra deixou claro também que, se eleita, manterá a atual política econômica. “Vamos manter o câmbio flutuante, as metas de inflação e a política de juros”, disse. Ela também se comprometeu a cumprir todas as metas propostas pelo governo brasileiro durante a Conferência de Mudanças Climáticas, em Copenhague, no final do ano passado. “As metas do Brasil em Copenhague serão cumpridas com ou sem acordo internacional”, comprometeu-se.
“Tenho enorme orgulho de ser petista e estou aqui aceitando a honrosa missão que vocês me delegam. Sei que não estou sozinha e a tarefa de continuar mudando o Brasil é de milhões, somos milhões, vamos juntos até a vitória, viva o povo brasileiro”, concluiu DIlma.
Tampão
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse antes, também em discurso, que Dilma não é candidata tampão para preparar a sua volta à presidência.
“Peço e quero fazer uma confissão, eleger a Dilma é uma das coisas mais importantes do meu governo, porque o bom governo tem que eleger sucessor. Então, quero que vocês saibam que eleger a Dilma é uma coisa prioritária na minha vida neste ano. […] Posso garantir, sem nenhuma presunção, que não tem hoje no Brasil alguém mais preparado para governar o Brasil do que a nossa companheira Dilma Rousseff”, concluiu.
G1