Quase 25% dos alunos do ensino médio faltam às aulas sem ter motivo, segundo dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) reunidos por Elaine Toldo Pazello, diretora de pesquisas educacionais do Inep (órgão do Ministério da Educação responsável pelo Enem). O número inclui jovens do sexo masculino. No caso das meninas, 18% também disseram não ter ido às aulas “porque não quiseram”.
Os dados valem tanto para escolas públicas quanto particulares. O número de faltas gira entre um e dez dias para cerca de 40% dos estudantes. Em média, os alunos do nível médio faltam um dia a mais que os do fundamental, e os de escola pública faltam mais um dia que os da rede particular, em um período de dois meses.
A maior razão apontada para as faltas é doença: 48% das garotas usaram este argumento, contra 42% dos meninos. Menos de 1% disseram ter se ausentado do colégio porque era distante (em torno de 0,5%) ou por falta de dinheiro (0,9% em média).
Uma parte significativa dos estudantes de escolas públicas, entretanto, disse que greves e a falta de professores foram razões para faltarem – 9,3% das meninas e 8,6% dos meninos.
Elaine sugere que mudar a estrutura e as aulas do ensino médio pode ajudar a manter os estudantes na escola. Os dados, diz ela, confirmam que o motivo para os alunos faltarem não são falta de transporte, dificuldade de acompanhar o curso nem a renda.
– Por quê os estudantes faltam? Acho que é isso que temos que perguntar. Provavelmente o que ele [aluno] faz na escola não está sendo tão animador. Já foi proposto abrir a jornada do estudante, aprender e estudar a rotina dele. Acho que isso é importante.
Os dados da Pnad, os mais recentes a respeito de faltas nas aulas, são de 2004. Diretor de orientações curriculares do MEC (Ministério da Educação), Carlos Artexes concorda com Elaine. Ele afirma que o currículo do ensino médio deveria ter mais ligação com a realidade do adolescente.
– É preciso mudar a cultura da escola média do Brasil. As aulas precisam ser construídas como um projeto de vida do estudante, não como conhecimento enciclopédico. Existe outra componente [que define a ausência na escola], mais complexa. Ela tem a ver com o que quer a pessoa humana.
Abandono das aulas
Dos alunos matriculados no ensino médio brasileiro, 16,5% abandonam os estudos já no primeiro ano. O número equivale a quase 570 mil dos 3,4 milhões de jovens inscritos neste nível de ensino.
Essas informações, assim como os dados sobre faltas, estão em um estudo apresentado na quarta-feira (16) pela ONG Todos Pela Educação.
A pesquisa aponta ainda que cerca de 253 mil alunos formados na oitava série do ensino fundamental que poderiam ingressar no ensino médio não fizeram matrícula. A evasão e o abandono neste nível são problemas graves, que atingem tanto as áreas rurais quanto as grandes cidades, afirma Artexes.
– É um fenômeno humano, que se repete nas regiões metropolitanas e no Sudeste.
R7
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