O cantor e compositor da escola de samba Mangueira Deivid Domênico estava distraído, mexendo no celular dentro do ônibus, quando um adolescente aproveitou o coletivo parado em um sinal na esquina da avenida Presidente Vargas com a rua Uruguaiana, em pleno centro do Rio de Janeiro, para roubá-lo. Conhecedor da região –ele trabalha como carteiro há 18 anos, 11 deles no centro–, Domênico correu atrás do garoto. O encontrou perto da Saara, onde se concentram as lojas populares da cidade.
Com ajuda de alguns seguranças, conseguiu recuperar o celular e evitar que o adolescente fosse linchado pela multidão que acompanhou a perseguição. Ao invés de apenas dar queixa contra o rapaz, Domênico resolveu ajudá-lo. Fez questão de acompanhá-lo até a delegacia –“Não quer ser preso, não rouba. Não vou defender o que ele fez”–, e se ofereceu para “adotá-lo” simbolicamente, o ajudando a conseguir emprego e retomar os estudos. “Resolvi seguir o conselho da Sheherazade [comentarista que causou polêmica ao defender a ação de justiceiros que amarraram um adolescente nu a um poste com um cadeado de bicicleta no Aterro do Flamengo, no Rio] e adotar o meu bandido”, diz.
O relato do assalto, ocorrido na sexta-feira (6), viralizou e, até o fim da tarde desta segunda-feira (9), tinha mais de 27 mil curtidas e cerca de 5.000 compartilhamentos no Facebook. “Aquelas pessoas que acreditam de fato que a solução não é a redução [da maioridade penal] se manifestaram, muita gente deu apoio. Me fez entender que os bons são a maioria. Gerou uma esperança grande”, conta Domênico, que diz que nem quando teve um samba-enredo eleito vencedor na escola teve tanta repercussão.
Ao menos um advogado e uma assistente social já se ofereceram para ajudar o adolescente. A direção da Mangueira também se prontificou a conseguir um trabalho para o jovem que, segundo Domênico, está detido no Instituto Padre Severino, um reformatório na zona norte da cidade.
O compositor conta que foi hostilizado na delegacia ao propor ajudar o rapaz, que tinha outras passagens pela polícia e foi chamado de “sementinha do mal” pelos agentes. Na quinta-feira (12) ele pretende ir visitá-lo para ver se ele aceita a ajuda. “Eu não estou mais sozinho. Ele não está sozinho. Por isso não vou esperar ele sair, vou lá visitá-lo. Fazê-lo entender que há outras possibilidades, mostrar que alguém acredita nele.”
Uol
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