O desemprego não é mais uma ameaça do futuro, tornou-se uma realidade presente e democraticamente distribuída em todos os países, desenvolvidos ou não, ricos ou pobres, variando apenas o seu índice de um país para outro. É comum encontrarmos na internet ou até mesmo fora dela, relatos de profissionais qualificados, mas que por terem a média de idade na casa dos 40, 50 anos, são descartados no mercado de trabalho.
Geralmente os profissionais maduros são aqueles que, além de conhecimento técnico e formação acadêmica, também têm experiência para lidar com pessoas, trabalhar em equipe.
O que chama a atenção é o fato de que, na maioria das vezes, estes profissionais se enquadram no perfil desejado nas oportunidades em que se candidatam, porém, raramente são chamados para ocupar o cargo em questão.
Empresários apontam dificuldade em lidar com a chamada geração Y (pessoas nascidas entre 1984 e 1990) no ambiente de trabalho e afirmam ser um dos principais fatores para a mudança de comportamento no universo empresarial. De acordo com a classe, os jovens são mais instáveis e tendem a não ser tão fiéis às companhias. Entretanto, enfatizam que os mais novos costumam ser levados pelo modismo e os mais maduros têm vantagem nesses casos por serem mais metódicos e burocráticos.
Os relatos apontam que as vagas tendem a ficar mais escassas para quem chega perto dos 40 anos por dois motivos: a maioria das oportunidades é para cargos gerenciais, portanto, há menos vagas disponíveis que o normal, e algumas empresas optam por contratar pessoas mais jovens para pagar um salário menor.
Atualmente, o mercado de trabalho em alguns setores da economia sofre com a escassez de mão de obra qualificada e ainda assim resiste em contratar profissionais que não sejam jovens ou recém formados. Pessoas com anos de experiência, vários cargos e empresas diferentes no currículo, se tornam “descartáveis” no mercado apenas por ter idade próxima ou superior aos 40 anos.
“Senti dificuldade em mudar de carreira e entrar novamente no mercado de trabalho porque pediam experiência técnica e não levaram em conta meu currículo e toda a minha experiência profissional. Na maioria das vezes, quando uma pessoa madura não tem QI (quem indique), terá que se submeter a salários mais baixos e começar tudo de novo”, desabafou o contador Ronaldo Soares de 52 anos.
Ele salienta que o fato de os salários serem mais altos para quem é mais velho restringe a contratação desses profissionais por algumas empresas, que os julgam caros em relação aos mais jovens.
Porém, quando não existe toda a qualificação exigida, muitas empresas preferem treinar um jovem profissional para determinada função do que apostar em um profissional maduro e experiente para atender as necessidades desta empresa.
PB Agora
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