Adriana Calcanhotto volta ao Brasil para lançar DVD em que homenageia o samba
Florença, Zurique, Hamburgo, Ljubjana, Lisboa, Tóquio, Roma… E mais dezenas de regiões do mundo viram a turnê de “O micróbio do samba”, disco que Adriana Calcanhotto lançou em 2011. A cantora gaúcha, de 46 anos, registrou os bastidores das viagens e o show que homenageia o ritmo mais brasileiro no DVD “Multishow ao Vivo – Micróbio Vivo”, que chega às lojas neste mês.
– O DVD é uma maneira de guardar boas memórias para mim, porque tem sido uma turnê especial e a gravação foi uma noite mágica – diz.
Para comemorar o resultado, ela volta ao Rio de Janeiro neste fim de semana e no próximo (de quinta a domingo) para uma série de apresentações no Miranda, na Lagoa. Os ingressos custam entre R$ 300 e R$ 400 (todos os espectadores podem pagar meia-entrada caso tenham o cartão fidelidade da casa de show). Adriana conversou com O GLOBO sobre a boa fase, a lesão na mão que a afastou do seu maior companheiro, o violão, e a relação com o samba.
Qual a sensação de voltar a tocar em casa depois de viajar o mundo em turnê?
É uma delícia voltar para o Rio. Acho muito bom fazer show, voltar para casa e dormir na minha cama.
O público dos shows na Europa era composto mais de brasileiros ou estrangeiros? Como receberam o samba?
O público dos shows na Europa era variado. O mais curioso foi me apresentar na Eslovênia, onde ninguém entendia absolutamente nada de português e, mesmo assim, havia comunicação entre as pessoas e a música. O samba fala por si. Era bonito ver a surpresa dos estrangeiros sobre a cultura brasileira. Muitos acham que o samba é só aquilo que acontece durante o carnaval, na Sapucaí. Foi uma forma de apresentar um outro lado da cultura brasileira. Foi a primeira vez que tive oportunidade de ver de fato o resultado da comunicação pela música.
Você costuma aparecer acompanhada de um violão ou de uma guitarra. Como foi se separar dele durante toda a turnê?
Por mim, essa turnê nem aconteceria, porque eu estava com uma lesão na mão. Mas venho me recuperando e volto a tocar em breve. Foi muito angustiante não tocar violão durante toda uma turnê, mas eu toco outros instrumentos que não demandem tanto esforço. Davi (Moraes, guitarrista em turnê) resolveu perfeitamente o problema e fez arranjos maravilhosos.
Durante uma turnê longa, dá vontade de criar novas composições ou é comum desenvolver um apego pelas canções?
Eu me apego às canções. É claro que chega um momento em que você cansa e quer fazer outra coisa. Nesta turnê a gente nunca faz o show igual, e se aprofunda nos arranjos. É curioso ver um registro do primeiro show e comparar com o último. Mas ainda não estou desapegada. As turnês têm durado menos geralmente para todos os artistas e essa é uma exceção. Tem sido mais difícil viajar por uma série de fatores, como malas extraviadas, instrumentos que se quebram no caminho e atrasos no aeroporto.
Depois do sucesso de “Adriana Partimpim”, existe a possibilidade de outro trabalho infantil?
Estou atenta aos apelos das crianças e dos pais. Foi um trabalho delicioso, mas não tenho um projeto concreto para agora.
O que vem depois de “O micróbio do samba”?
Meu trabalho é híbrido. É a primeira vez que me dediquei a um gênero, que foi o samba. Ainda não tenho ideia do que vem depois do “Micróbio”, mas deve ser algo híbrido como reação. Uma feliz novidade é que vou participar do Festival de Montreux (na Suíça, dia 6 de julho) tocando guitarra em um encontro com Davi Moraes e Pedro Sá.
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