A bandeira defendida por ele é o forró. Herdou a missão de Luiz Gonzaga, e faz de seu canto uma expressão viva do Nordeste. No palco defende a cultura nordestina com toda força, mesmo que para isso, tenha que “brigar”. A sanfona é a eterna companheira de anos de estrada. Em suas apresentações, sempre com um grande público, a energia é contagiante e a voz inconfundível.
Considerado um dos grandes intérpretes da música nordestina, mais especificamente do forró tradicional, sendo conhecido como o Rei do Forró, Alcymar Monteiro está pronto para encarar a estrada; subir no palco e reencontrar os fãs em mais uma temporada junina.
A uma semana da abertura do Maior São João do Mundo, Alcymar Monteiro conversou com exclusividade com o PB Agora, e falou de suas expectativas para o São João 2024. Morando há pouco mais de dois anos em João Pessoa, “o Rei do Forró” defendeu a música nordestina e todo o legado de Luiz Gonzaga, e adiantou algumas das novidades para a temporada junina que está prestes a começar, especialmente, a nova música “O Maior Arraiá do Mundo”, que deve tomar conta das festas juninas este ano.
A exemplo da temporada passada, este ano ele deve cantar para mais de 30 milhões de pessoas em todo o País, principalmente no Nordeste. A agenda de shows está cheia. O artista que no ano passado gravou uma música em homenagem a João Pessoa, que rendeu elogios do prefeito Cícero Lucena, também antecipou que futuramente pretende gravar uma canção em homenagem a Campina Grande com intérpretes paraibanos.
Antes de pegar a estrada, Alcymar Monteiro tem toda uma preparação que vai além de escolher o repertório e ensaiar as músicas. O artista se preocupa com a saúde, com a parte psicológica e o figurino. Aliás, nesse aspecto é detalhista. Com seu inseparável chapéu de couro, Alcymar não abre mão de se apresentar sempre de branco, uma marca pessoal, atendendo a um pedido de Luiz Gonzaga. Para isso, todos os anos, ele pede a sua costureira para preparar 20 pares de roupas para as apresentações no mês de junho. Nada de “grife chick”. Ele prefere manter a tradição da costureira raiz. Nalva é a responsável pelo figurino do “Rei do Forró”.
“Eu me preparo de todas as maneiras. Eu já mandei fazer 20 roupas novas. Sempre de branco. Só visto branco. Eu preparo a parte de moda. Minha roupa é feita em casa. Quem faz aqui é uma profissional chamada Nalva. Ela que faz essas roupas mim” revelou.
Após preparar o figurino e fazer um check-up geral da saúde para em seguida iniciar os ensaios, sempre incluindo no repertório músicas antigas e novos sucessos.
“Temos que nos apresentar bem. O nosso povo merece o melhor que a gente possa dar para ele” disse.
O ponta pé dessa maratona de shows será em um dos palcos mais emblemáticos do Nordeste: o Parque do Povo, em Campina Grande. Alcymar vai abrir a 41ª edição do Maior São João do Mundo na próxima quarta-feira (29), juntamente com Santanna e Flávio José.
Alcymar garantiu que está contando os dias para o reencontro com os forrozeiros e turistas no São João de Campina Grande. Ele disse que é sempre uma honra e uma responsabilidade participar do Maior São João do Mundo, principalmente este ano, quando a festa acontece dentro das comemorações dos 160 anos de emancipação política da Rainha da Borborema.
“Estou muito ansioso para que chegue esse dia. Porque você subir no palco no Parque do Povo, com a multidão que vai comparecer na abertura do São João, isso para mim é a tradução da nossa luta pelo verdadeiro forró e pela autenticidade da nossa música que jamais deixará de ser gonzagueana. Porque quando você abraça uma carreira, você tem primeiro que definir o rumo que deve ser tomado para o seu trabalho” afirmou.
Para o show de abertura do São João de Campina Grande, Alcymar preparou algumas surpresas, entre elas, uma homenagem ao sanfoneiro Dominguinhos.
Defensor das tradições nordestinas e das manifestações culturais, o cantor cearense garantiu que o Maior São João do Mundo, assim como todas as festas juninas, se transformaram no maior Festival de Inverno que tem no Brasil.
Há mais de dois anos residindo em João Pessoa, Alcymar aproveitou a conversa com o PB Agora, para prestar uma homenagem a Jampa, a 3ª cidade mais antiga do Brasil. Ele disse que morar em João Pessoa, foi uma escolha acertada, devido as belezas e o clima de paz que reina na Capital paraibana. Para ele, a Paraíba é um berço de paz e um recanto cultural.
“Vir morar em João Pessoa para mim, foi um motivo de paz, de ter tranquilidade por morar em um canto onde as coisas são mais pertos. Isso me dar a certeza de que João Pessoa é o melhor da América do Sul para se viver” definiu.
Com esse sentimento, Alcymar gravou no ano passado uma música em homenagem a João Pessoa. Com a missão de cantar a riqueza e beleza do Nordeste, ele anunciou um projeto futuro de também prestar uma homenagem a Campina Grande. A ideia é gravar uma música que reverencie os valores da Rainha da Borborema, com a participação de artistas paraibanos.
“Quando você ama uma terra e faz uma canção para ela, não quer dizer que você não ame outras terras. Campina Grande para mim é especial. Ela é grande por si e já foi cantada por Luiz Gonzaga, por Jackson do Pandeiro, cantada por minha querida Marinês por Genival Lacerda. Essa terra é tão fecunda culturalmente que produziu grandes artistas e produziu a maior festa matuta do Brasil e o Maior São João do Mundo “, afirmou.
Defender a bandeira do forró é uma marca de Alcymar. Nesse sentido, ele costuma dizer que prefere beber da “água límpida da fonte”. O artista mais uma vez manifestou a sua defesa pelo legado da música deixada por Luiz Gonzaga.
No entendimento de Alcymar Monteiro, o forró é o maior legado do povo nordestino e uma expressão viva da cultura da região. A identificação da região. Ele enfatizou que o trabalho que vem realizando nos últimos 40 anos, está tão identificado com o Nordeste que virou uma enciclopédia da nação nordestina brasileira.
“A festa junina é o nosso jeito de ser e o maior festival de inverno do mundo. Fora a trilha sonora que é gonzaguiana, tem a parte da culinária, tem a parte da vestimenta. O nosso trabalho vai perdurar porque artista nenhum morre. Ele permanece na sua obra” disse.
Uma das preocupações do artista é com o futuro do forró genuinamente nordestino, visto que compositores como Alcione Netto, Petrúcio Amorim, estão cada vez mais raros.
“Me preocupa muito esse assunto. Eu tenho viajado o Brasil inteiro, e tenho viajado o mundo inteiro, e participado de muitos festivais na Itália, França e outros cantos. E nesses cantos, não encontro uma grande voz que cante o Nordeste. Depois de mim, depois de Patrício, depois de Jorge de Altinho, de Flávio José, quem virá? Eu não vejo” alertou.
Para Alcymar Monteiro, o artista só conquista oportunidade quando ele vira representatividade.
Sobre a nova música “O Maior Arraiá do Mundo”, Alcymar explicou que essa nova canção nasceu com a proposta de retratar os valores culturais da região, como os cantadores, sanfoneiros, zabumbeiros e outros elementos típicos do Nordeste.
Pesquisador dos ritmos nordestinos, arranjador e produtor, Alcymar Monteiro faz um trabalho versátil sem perder o foco na autêntica música nordestina. Com mais de 40 anos de carreira, já teve suas músicas gravadas por grandes nomes da MPB como Zé Ramalho e Alceu Valença. Já fez duetos com Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Elba Ramalho, Marinês entre outros. Passou pelo compacto, pelo LP, pela K7, pelo CD, pelo DVD e lives.
A discografia é rica e expressa a cultura nordestina, desde o forró, o baião, xaxado, a vaquejada, folguedos e outros ritmos e expressões culturais da região.
Ao todo, ele já lançou 92 trabalhos entre compactos, LPs, K7s, CDs e DVDs, Spotify e Deezer.
Com sua intensidade rítmica, o cantor traz no repertório sucessos como ‘Rosa dos ventos’, ‘Um Recado, uma Sanfona, uma Rabeca’, ‘Forroteria’, ‘Jeito Maroto’ e ‘Cometa Mambembe’, A discografia é fica, e tem de tudo que expressa a cultura nordestina, desde o forró, o baião, xaxado, a vaquejada, folguedos s e outros ritmos e expressões culturais do Nordeste.
Com algumas turnês internacionais Alcymar Monteiro já teve seus trabalhos lançados no exterior, ao todo em 4 continentes tendo se apresentando em importantes festivais como o Festival de Montreaux, Festival Latino Americana em Milão (Itália) e também em Imst (Áustria), Lausane e Zurich (Suíça) e na Côted’azur (França).
Quinto filho de uma família de nove irmãos, entre eles o cantor e compositor João Paulo Júnior. Fez teatro e estudou música no Conservatório Alberto Nepomuceno, em Fortaleza, CE. Um de seus avós era violeiro.
No Brasil, foi duas vezes indicado ao Prêmio Sharp de música, com o CD Vaquejadas Brasileiras Vol.1. Em 2005, foi indicado ao Prêmio TIM em três categorias: melhor disco, melhor música e melhor cantor, todas pelo álbum Forró Brasileiro. Em 2007 foi indicado ao Grammy Latino como álbum Forró Brasileño, e como cantor, este trabalho foi feito em espanhol que deu ao artista uma maior abrangência e prestígio internacional.
Severino Lopes
Fotos : Luigi Marchi
PB Agora
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