Ivo Holanda é conhecido em todo o Brasil como “rei das pegadinhas”. Aos 81 anos, o ator e humorista comemora o sucesso das câmeras escondidas antigas e novas exibidas no “Programa Silvio Santos”, que batem a Globo no Ibope. Ele regravou pegadinhas clássicas, como a da caveira e do bilhete premiado, em homenagem aos 35 anos do SBT, comemorados em agosto.
“Eu me apresentei em um evento e crianças de 6 anos me chamaram para tirar selfie. Sou o Chaves do Brasil. Quanto mais passa, mais o público gosta de assistir. Vejo Chaves direto, mais de 50 vezes. A mesma coisa é o Ivo Holanda nas pegadinhas”, compara o humorista.
Ivo estreou nas câmeras no programa “Alegria 81”, que ia ao ar na TVS Rio e na Record, emissoras de Silvio antes de inaugurar o SBT. O início foi por acaso, ao ser chamado para interpretar um barbeiro no lugar de outro ator. E não parou mais. Nos anos 90, formou com Gibe e Ruth Romcy o “trio de ouro” das pegadinhas no “Topa Tudo por Dinheiro” e liderou a audiência.
O sucesso foi tão grande que até emissoras japonesas tentaram descobrir o segredo das câmeras escondidas brasileiras. “O Japão mandou um telegrama perguntando o que o SBT fazia nessas pegadinhas, qual era o tempero. Silvio mandou duas pessoas da produção verem o que estava acontecendo com as pegadinhas no Japão. Depois não fiquei sabendo de mais nada”, relembra Ivo.
Ivo aprendeu a apanhar em ‘telecatch’
Nas pegadinhas, Ivo ficou famoso por provocar as “vítimas” (como são chamados os figurantes que participam dos vídeos) e apanhar gritando por socorro: “Produção! Produção!” Além da produção, o SBT leva três seguranças escondidos para proteger o ator, que aprendeu a levar surra e cair no “telecatch”, programa de luta livre na antiga TV Paulista (hoje Globo).
“Eu tenho que ter jogo de cintura, faço muita musculação, academia. Fazia muito mais. A gente tinha um jeito de cair. Fazia na TV Paulista uma novelinha onde eu era bobo da corte e lutava. Peguei prática no boxe nesse quadro, acertaram meu nariz e vi estrela adoidado. Não queria mais isso, não. Uma vez o lutador pisou no meu pé, comecei a gritar e os caras pensavam que era brincadeira. Naquela época, nem pensava em fazer pegadinha. Já estava apanhando lá”, recorda.
Embora saiba apanhar sem sentir dor, Ivo já parou no hospital em uma pegadinha: “O gatinho da atriz ficava na árvore e eu colocava uma escada. O cara subiu para pegar o gatinho, eu tirei a escada e saí correndo. Ele me alcançou, eu caí de mau jeito no joelho do cara e trinquei a costela. Perdi a voz, me levaram para o pronto-socorro. Costela não engessa, fiquei em repouso. Senti uma dor que não pude respirar, tossir, falar nada”.
Hoje em dia, Ivo Holanda apanha cada vez menos porque não precisa enganar as “vítimas”, já que o SBT tem investido em “superproduções trash” e vídeos assustadores, como a menina fantasma e zumbis no metrô.
“A gente começa a fazer umas mais ‘light’, sabe? Há possibilidade de fazer essas da lotérica, do carro dividindo ao meio. Agora é tudo montado com tecnologia na casa mal-assombrada, o crucifixo rodando na parede. Não é montado em que o cara sabe. Ninguém sabe, principalmente eu”, esclarece.
Silvio Santos: paixão de Ivo Holanda
Ivo Holanda nasceu em Herculândia, interior de São Paulo, em 1935. Plantava algodão com o pai, mas aos sete anos conseguiu seu primeiro trabalho artístico fazendo imitações no concurso de calouros de uma rádio da cidade vizinha, Pompeia. Na adolescência, mudou-se com a família para a capital e morou na Mooca (zona leste): “Quando cheguei, aos 13 anos, morei em um porão frio. Comecei a ajudar meu pai como barbeiro”.
Em São Paulo, Ivo também foi bancário e participava de programas de rádio. Em um deles, trabalhou com seu futuro patrão, Silvio Santos. “Conheci o Silvio quando ele trabalhava na Rádio Nacional e fazia ‘Histórias que o Povo Conta’. Silvio narrava e eu fazia um dos personagens. Depois, eu sonhava: ‘Quando será que vou estar do lado do Silvio novamente? Agora ele está na televisão, vai ser difícil'”, relembra.
Hoje, Ivo Holanda raramente tieta Silvio, mas ele não se importa e declara seu amor pelo dono do SBT: “Vejo só no Natal, Ano Novo. Patrão é patrão, não pode abusar. Para mim, Silvio é um herói, meu patrão. Para chegar nele, eu tremia os olhos, a cabeça, os braços. Todo telespectador acha que tenho contato com ele toda hora pela maneira como ele me trata na televisão. Minha paixão é ver Silvio aos domingos”.
Foto: Roberto Nemanis/SBT
UOL
Na tarde desta quinta-feira (28), uma operação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Mamanguape, litoral…
Faz semanas que o mercado está esperando medidas estruturais de corte de gastos. Os números…
Quinze municípios paraibanos ainda não possuem sala de coleta para realização da triagem neonatal, popularmente…
Neste ano, os consumidores de Campina Grande têm mais um importante canal de comunicação para…
A Terceira Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) condenou o plano de…
O ex-candidato a prefeito de Campina Grande, Jhony Bezerra (PSB), demonstrou seu apoio à candidatura…