Bananeiras se despede do “Melhor São João Pé de Serra do Mundo“ em alto estilo
Intitulado de “O Melhor São João Pé de Serra do Mundo”, Bananeiras começou seus festejos juninos na última quarta-feira (23) e encerra hoje com os shows de Roberto Souza e banda, Forró Caçuá, Naldinho do Acordeon e Petrúcio Amorim. As apresentações acontecem a partir das 18h30 no Pavilhão do Forró, na praça principal.
Além das atrações musicais ainda neste sábado os visitantes podem aproveitar o passeio no trenzinho do forró, com trio pé de serra
saída da casa do turista na Praça Epitácio Pessoa, das 15h às 18h.
Os festejos juninos de Bananeiras este ano mais uma vez atraiu um grande número de turistas, tanto que todos os hotéis e pousadas da cidade estão lotados até amanhã, domingo (27). Como a demanda foi superior ao ano passado; outra opção para quem quis aproveitar a festividade foi alugar casas cadastradas na Casa do Turista.
Durante quatro dias oferecendo uma programação que valoriza o autêntico forró pé de serra, Bananeiras se despede em alto estilo e já faz parte da rota de quem procura um bom São João tradicional. Há cinco anos a cidade tem se destacado em sua programação.
Conforme a secretária de Turismo de Bananeiras, Ana Gondim, a edição 2010 superou todas as expectativas e para o próximo ano os responsáveis pela organização do evento prometem melhorar ainda mais o que já é o “Melhor São João Pé de Serra do Mundo”. “Há cerca de cinco anos, temos percebido que o público é carente de uma programação musical que preza pela qualidade e valorização dos artistas regionais, mantendo nossas verdadeiras tradições juninas”, finalizou.
História e localização da Cidade:
Conhecer Bananeiras, no Brejo Paraibano, a 141 Km de João Pessoa, é misturar lendas, fatos e tradições. A própria história do município dá exemplo disso. Coriolano de Medeiros diz que a colonização de Bananeiras iniciou na segunda ou terceira década do Século XVII. Entre seus pioneiros desbravadores, o historiador cita Zacarias de Melo e Domingos Vieira, procedentes da Vila de Monte-mor (a Mamanguape e atual). Eles obtiveram sesmarias na região em 1716, escolhendo glebas nas proximidades de uma lagoa, que corria no fundo de um vale. Ali, existiam ocorrências de pacoveiras, uma bananeira rústica, que produzia frutos inadequados para o consumo humano. Daí surgiu o nome Bananeiras, que passou a denominar o município. Esta é a versão histórica, até hoje aceita pelos estudiosos.
Novais Junior acrescenta um lance romântico à fundação de Bananeiras. Segundo ele, o caçador Gregório da Costa Soares saiu com alguns amigos de um acampamento em Sucurú da Serra do Cuité e conseguiu chegar a Bananeiras, na região do Brejo, a mais de 100 Km de distância. Corria o ano de 1762. Gregório perdeu-se dos companheiros, nos contrafortes da Serra da Cupaóba. Acabou aprisionado por índios da região.
Eram índios antropófagos… Nos rituais de guerra ou religiosos, costumavam devorar os inimigos aprisionados. E este seria o fim de Gregório, se mãos hábeis não desatassem os cipós que o amarravam a uma estaca. Ele ia ser sacrificado na manhã seguinte. O misterioso salvador correu madrugada adentro, com Gregório às costas. Ao amanhecer, o caçador notou que seu anjo benfeitor era uma formosa índia, que o levara a salvo até a aldeia de Santo Antônio da Boa Vista (seria o território que hoje forma Borborema ou Pirpirituba).
Satisfeita por haver salvo o homem que seria seu marido, a índia beijou-lhe as mãos e chorou de alegria. Gregório, que prometera a Nossa Senhora do Livramento erguer uma capela em sua homenagem, casou com a bela índia, que recebeu o nome de Maria do Livramento. Em 7 de abril de 1763, o tabelião Vicente Ferreira Serrano lavrou escritura de uma parte de terras doadas por Gregório, para a construção da Capela de Nossa Senhora do Livramento. Depois de seguidas reformas, a capelinha de taipa transformou-se na atual Matriz de Bananeiras, um templo de formas arquitetônicas interessantes, que desperta a curiosidade dos turistas.
Celso Mariz sustenta que a partir de 1624 a região de Bananeiras já estava sendo ocupada por donatários, que adquiriam terras para a criação de gado e a implantação de engenhos movidos à água. Documentos comprovam que a região da Serra da Cupaóba, por essa época, já possuía glebas ocupadas por Ambrósio Brandão, André Dias de Figueiredo, Duarte Gomes da Silveira e outros pioneiros.
Simone Duarte
PB Agora
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