Detentora da maior coleção de cordel da América Latina, a Biblioteca de Obras Raras Átila Almeida, da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), ampliou o seu acervo com a aquisição de 66 títulos, em sua maior parte inéditos, do cordelista Medeiros Braga. Concebida dentro de um universo de encantamento e raridades em pleno interior nordestino, a Átila Almeida também recebeu uma doação do cordelista Josué Gonçalves de Araújo.
A primeira aquisição foi de Medeiros Braga. Segundo a bibliotecária Estela Santos, ele procurou pessoalmente a Átila Almeida e fez a doação. Medeiros Braga, cujo nome civil é Luzimar Medeiros Braga, é romancista, poeta e economista de formação. Nascido no município de Nazarezinho, no semiárido paraibano, no dia 20 de abril de 1941, ele exerceu as funções de professor, jornalista e funcionário do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Em seus cordéis, ele recupera a história de vida de vários lutadores brasileiros e internacionais. Medeiros Braga é membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel e tem mais de 100 títulos publicados. Dentre os seus cordéis, algumas relíquias como a história do poeta e cordelista Leandro Gomes de Barros, que nasceu em 1865, na cidade de Pombal, Sertão da Paraíba, sendo considerado porMedeiros como o pai do cordel nordestino.
Sua obra contempla personalidades como Karl Max, Tolstoi, Trotsky, Aristóteles, Simon Bólivar, Frei Caneca e Nelson Mandela. Entre os cordéis doados para a Átila Almeida, destaques para “A colonização na Paraíba”, “Frei Caneca, vida e morte”, “A revolta chibata”, “A revolta Quebra Quilos”, “A guerra das cabanas”, “Che Guevara”, “Luther King”, “Leandro Gomes de Barros”, entre outros.
Já os cordéis de Josué Gonçalves foram enviados com dedicatória à Biblioteca. Foram eles: “O carroceiro e o burro”, “As cabeças de Akpalo”, “Macunaima – o herói sem nenhum caráter”, “Os três fios de cabelo de ouro do diabo”, “O coronel avarento ou o homem que a terra recusou” e “O mistério da pele da novilha”.
A Biblioteca Átila Almeida conta, atualmente, com 17.834 exemplares disponíveis para consulta. A biblioteca se configura como uma valiosa opção aos pesquisadores e interessados em consultar obras raríssimas, cordéis, periódicos e jornais. Algumas raridades datam das décadas de 1920 e 1930, como as obras produzidas por Leandro Gomes Barros. A proposta da direção da Biblioteca é futuramente digitalizar e disponibilizar ao público, via internet, os cordéis acima dos 75 anos de existência. A Átila Almeida funciona de segunda a sexta das 8h às 17h.
Redação com assessoria