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Bloco da Saudade de CG completa 32 anos neste sábado e idealizadora lembra a história

Um dos mais tradicionais blocos carnavalescos de Campina Grande, o Bloco da Saudade, sairá nas ruas da Rainha da Borborema neste sábado, 4 de fevereiro, com concentração a partir das 20h na Casa Memorial Severino Cabral, localizada na Rua Getúlio Vargas. Em entrevista ao portal PB Agora a professora e ativista cultural Eneida Agra Maracajá, idealizadora da iniciativa, falou da importância desse que é considerado o mais tradicional bloca de carnaval da Rainha da Borborema, que completa neste ano, 32 anos de fundação.

Fundado em 1991, durante o carnaval fora de época de Campina Grande – a ‘Micarande’ – o Bloco da Saudade tornou-se projeto cultural da cidade e completa neste ano 32 anos de história, resgatando os antigos carnavais da Rainha da Borborema. A partir das 20h, o bloco sairá pelas ruas centrais da cidade com o desfile, dando prosseguimento ao Campina Folia 2023.

“Ele entrou nessa festa numa tentativa de fazer esse reencontro dos grandes e antigos carnavais de Campina Grande, já que a festa só tocava axé. E muito despretensiosamente, não imaginávamos que esse bloco fosse crescer chegando a ser um projeto cultural, virou documentário, pelas câmeras do cineasta Romero Azevedo, entrou nas escolas, e foi tema de dissertação e debate em universidades”, disse a professora e ativista cultural Eneida Agra Maracajá, idealizadora da iniciativa.

Em 2023, o tema da agremiação é “Bloco da Saudade canta Campina no seu mapa de afetos!”. Nessas mais de três décadas, ele tem resgatado os antigos carnavais da Rainha da Borborema. “Já fizemos muitos bailes com temas com referência à cultural, arrastões populares, e trouxemos muitas personalidades para fazer não somente a apresentações, mas discutirmos a festa como manifestação da cultura brasileira”, afirma Eneida.

Ainda de acordo com Eneida, o Carnaval só pode ser melhor compreendido dentro do universo de artes e das ciências sociais, sendo pensado não apenas como simples folia. “Ele tem uma característica importante, é a festa mais democrática do país, porque, em um só ambiente, junta reis e rainhas, pretos, brancos, amarelos, doutores e analfabetos”, considerou ela. A professora lembrou que por meio de blocos, como o da Saudade, é que o brasileiro consegue alimentar as novas esperanças. De acordo com ela, o povo está cansado de esperar por dias melhores que não chegam. “Durante essa festa do Rei Momo somos convencidos a resistir para não perder a esperança. O Carnaval é um elogio à loucura nos tirando um pouco desse mundo tão problemático que estamos vivendo com guerras, peste, fome, negacionismo e maus-tratos aos nossos povos originários”, finalizou a idealizadora do projeto cultural.

 

PB Agora

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