O Centro Estadual de Arte (Cearte), em parceria com o Casarão dos Azulejos, realiza nesta quinta-feira (14), às 17h, Sarau Poético com o escritor e jornalista Sérgio de Castro Pinto. O Sarau será realizado no Casarão dos Azulejos e a entrada é franca.
O homenageado, Sérgio de Castro Pinto, é poeta, jornalista e professor de literatura brasileira da Universidade Federal da Paraíba, onde defendeu dissertação de mestrado e tese de doutoramento sobre Manuel Bandeira e Mário Quintana, respectivamente. É, ainda, formado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da Universidade Federal da Paraíba.
O Sarau Poético é uma atividade periódica proposta pelo Núcleo de Atenção e Estudo da Palavra (NAEP), braço literário do Cearte. O encontro acontece sempre com um escritor paraibano e visa estimular o uso da palavra através da leitura, além de ser um instrumento para auxiliar os alunos do Cearte a exercitarem a interpretação dentro das linguagens artísticas oferecidas pela escola. Com o evento, o Cearte pretende projetar a poesia para as novas gerações e estimular o surgimento de talentos.
Entre as atividades propostas, após a escolha do homenageado, os grupos da escola estudam a obra e as poesias do escritor e podem apresentar trabalhos para expressar ou traduzir como veem os poemas.
O homenageado – Sérgio de Castro Pinto tem participado de antologias poéticas publicadas em Portugal e Espanha. Nos Estados Unidos, teve fragmentos do poema “Camões/Lampião” traduzidos por Fred Ellison, professor emérito da Universidade do Texas, incluídos na coletânea Camões' Feast, coordenada por Regina Vater.
No Brasil, participa de várias antologias, a exemplo de “Os Cem Melhores Poetas Brasileiros do Século” e “Sincretismo: a Poesia da Geração de 60”, organizadas, respectivamente, por José Nêumane Pinto e Pedro Lyra.
Além de “Longe, Daqui, Aqui Mesmo: a poética de Mário Quintana” e “A Casa e Seus Arredores”, livros de ensaio, publicou também: Gestos lúcidos (1967), A ilha na ostra (1970), Domicílio em trânsito e outros poemas (1983), O cerco da memória (1993), A quatro mãos (1996) e Zôo imaginário (2005), todos livros de poesia.
Trechos – Na poesia “O Bode”, do livro “Folha Corrida”, poemas escolhidos, o poeta discorre sobre o animal da seguinte forma: o que escrever sobre o bode? Compor-lhe uma ode? Dizer que os seus chifres despontam na testa como duas raízes brotando da terra? Que é irmão siamês dos seixos, da poeira, das pedras? Que é duro na queda? Que o bode é ante de tudo um forte? Ou que, quando bale, é todo ternura, torrão de açúcar desmanchando-se em candura?”. O autor tece também sua escrita sobre as “As Cigarras”: São guitarras trágicas. Plugam-se/se/se/se nas árvores em dós sustenidos. Kipling recitam a plenos pulmões. Gargarejam vidros moídos. O cristal dos verões”.
PB Agora
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