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Desenvolvi compulsão por remédios, revela Vanusa

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 O que aconteceu com a cantora Vanusa? Meses atrás, ela andou estranha, esqueceu até a letra do Hino Nacional. O vídeo foi parar na internet. Vanusa virou alvo de piadas e acabou caindo em depressão.
Agora, depois de uma temporada numa clínica, ela fala, pela primeira vez, dos momentos muito difíceis por que passou.

Loiríssima e de boca vermelha. “É o jeito que a Vanusa é, é assim”, diz o cabeleireiro Jeferson Ribeiro.

A Vanusa de sempre voltou. “Estou de volta, estou aqui para vocês”, avisa a cantora.
Um retorno ainda cauteloso. É a primeira vez que ela está andando na rua.

“É. Estou um pouco trêmula”, confessa. O Fantástico acompanhou a primeira aparição de Vanusa em público neste ano. “Tudo pra mim é novo agora. Ir ao cabeleireiro, andar na rua, andar na Rua Augusta, ver as lojas, é muito legal”, diz.
Afinal, por onde ela andou todo esse tempo? “A história recomeça sempre que você responde sim. E é isso que eu estou fazendo, respondendo sim pra vida”, afirma.
Nos últimos tempos, Vanusa enfrentou muitos problemas. Foi motivo de comentários, críticas, sofreu e decidiu dar um tempo.

Foi em São João da Boa Vista que Vanusa se escondeu de todos por cinco meses. Ela se internou em uma clínica de reabilitação no interior de São Paulo, onde se exercitou, meditou, fez terapia, refletiu sobre a vida e passou por um longo tratamento de desintoxicação.

Vanusa revelou ao Fantástico por que se afastou dos amigos, da família e da música.
“O que eu tenho é uma adicção. Adicção é uma doença. Eu tomava muitos remédios de tarja preta. Eu desenvolvi a compulsão por remédio”, revela. Uma dependência que a persegue há mais de 10 anos. Ela conta que começou a misturar vários medicamentos.
“Eu tomava para dormir. Quando eu acordava eu tomava dois antidepressivos e depois no final da tarde, quando começava a cair a produção, eu tomava mais um”, lembra.
Vanusa disse que se automedicava e usava remédios também para emagrecer, para controlar a pressão, para labirintite, para dor de cabeça. E o pior: junto com tudo isso bebida.

“Quando eu chegava nos lugares e eu via as pessoas felizes, eu queria aquela felicidade para mim. Eu bebia. Por pouco que eu tomasse, potencializava todos aqueles remédios”, explica. E não demorou pra esses efeitos se tornarem públicos, quando um vídeo foi parar na internet. Todo mundo se lembra da cantora esquecendo a letra do hino nacional. As imagens foram vistas milhões de vezes.
“Deu um branco. E eu tava cheia de comprimidos, e aí foi aquele desastre”, lembra Vanusa. “Os calmantes, se não forem usados com cuidado, com prudência, sem dúvida alguma podem levar a prejuízos de memória, além de dependência”, alerta o psiquiatra Joel Rennó Júnior, da USP.
“A minha vontade era sumir. Era desaparecer”, revela Vanusa.

No ano seguinte, mais um baque, em Manaus. Outra apresentação. De novo o pesadelo. Ao cantar “Sonhos de um palhaço”, um clássico no repertório dela, Vanusa misturou a letra e começou a cantar outra música, “Como vai você”.
“Minha mão tremia assim. Eu não lembrei que eu tinha parado de tomar o remédio.
Tanto é que eu fui para o show sem me arrumar, não me maquiei direito. E chegou, não deu outra”.

Em 2011, ela errou mais uma vez. E aí viu que era hora de se cuidar. “Eu subi no palco, eu cantei “Era um garoto que…”, a vida inteira eu encerro meu show com “Era um garoto”. E eu errei”.
Foi a pior fase. “Você começa a achar que o mundo te esqueceu, que as pessoas não te amam, que você não é digna de amor, que você não é digna de estar viva. E aí vêm os pensamentos recorrentes de suicídio”.

Ela estava muito distante da cantora de sucesso que havia sido. Vanusa gravou mais de 20 discos durante os 44 anos de carreira. A profissão rendeu muito dinheiro. “Eu gastei com roupa de show, eu gastei com os meus filhos e com a família, com a minha família. Eu proporcionei a eles o que eu podia proporcionar de melhor e ponto”, diz.
Chegou a perder um apartamento. E agora são os filhos que ajudam a mãe financeiramente. Ela está sem fazer shows desde o fim de 2011. “Eu tenho uma dívida com o condomínio do meu apartamento que eu deixei de pagar. No fim eu não conseguia controlar nem os pagamentos, nada”, admite.
Vanusa diz que depois do tratamento retomou o controle da vida. “Eu saí da clínica sem tomar nenhum remédio”, garante. Por isso está confiante para tentar de novo, aos 64 anos. “Eu não penso em parar de cantar. Porque cantar é um lado da minha vida muito importante. Eu quero voltar a ser aquela Vanusa que cantou a única vez que a abertura do Fantástico foi cantada, foi cantada por mim. É essa Vanusa que eu quero voltar. Eu não tenho medo de errar”.
Só que agora mais segura. “Começar de novo e contar comigo, vai valer à pena ter me conhecido”.

Fantástico

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