Conhecido por não ter papas na língua, o jornalista Paulo Francis ganhou lugar cativo na história cultural brasileira do século 20. Admirado por muitos e odiado também por muitos, Francis arriscou muitas vezes opiniões sexistas, racistas, conservadoras e antipopulares e conseguiu em uma mesma vida se envolver em polêmicas com Lula, Caetano Veloso e a Petrobras.
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Agora, 12 anos após sua morte, o jornalista ganha uma homenagem de um de seus maiores amigos, o diretor Nelson Hoineff, que lança o documentário “Caro Francis” na 33ª Mostra de Cinema de São Paulo. O longa-metragem tem exibição neste domingo, às 19h10, no Cine Bombril.
“Eu não queria fazer um filme biográfico, queria mostrar as muitas faces do Francis”, afirma Hoineff. “Mas é acima de tudo um retrato sobre um amigo, assumidamente afetivo, longe da imparcialidade jornalística”, completa o diretor, que também está lançando outro documentário no festival, “Alô, alô, Terezinha”, sobre Chacrinha.
“Caro Francis” reúne entrevistas, cenas de arquivo de diversos momentos da carreira do jornalista, como os comentários ácidos e muitas vezes engraçados que fazia na TV Globo, e imagens pessoais, guardadas pela família, que revelam um Paulo Francis que poucos conheceram. “O Francis era polêmico e austero, mas também era um sujeito muito divertido e generoso”, lembra o cineasta. O documentário deve entrar em cartaz no circuito comercial em janeiro.
Chacrinha
Nelson Hoineff conta que começou a fazer o filme sobre Paulo Francis quando já estava trabalhando em no documentário “Alô, alô, Terezinha”, que também
estreia na Mostra de São Paulo e chega ao circuito nacional na próxima sexta-feira (30).
O longa revê a trajetória de José Abelardo Barbosa de Medeiros, o Chacrinha, que se transformou em um dos maiores comunicadores da história da televisão brasileira, e conta com depoimentos de artistas que participaram da trajetória do apresentador na TV, como Roberto Carlos, Rita Cadillac, Fábio Jr. e Elke Maravilha, entre outros, além de muitas imagens de arquivo.
“Acabei fazendo os dois filmes paralelamente, Chacrinha de um lado, Paulo Francis do outro. Foram meses de trabalho muito bem acompanhado”, diz Nelson Hoineff.
G1
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