Belos, coloridos, perfumados e encantadores. De cores vibrantes a floração dos ipês é sempre um espetáculo que encanta pela diversidade de cores. A paisagem parece brotar dos quadros do artista plástico paulista Clodomiro Amazonas Monteiro Taubaté. O aguardado espetáculo da floração dos ipês, já começa a embelezar as ruas, praças e avenidas de Campina Grande.
Tradicionalmente, a floração dos ipês é um espetáculo que embeleza a Rainha da Borborema no período de transição da primavera para o inverno. Este ano, a floração dos ipês, nas cores rosa e amarela, já pode ser vista.
Em muitas praças, no entanto, as árvores frondosas continuam exibindo beleza e colorido, como é o caso de uma enorme árvore plantada em frente a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). O espetáculo que se renova a cada ano, certamente iria servir de inspiração para o pintor paulista Clodomiro Amazonas Monteiro Taubaté, nascido aos 132 anos. Ele foi o artista que mais retratou essa planta em sua obra.
Árvores grandes de beleza elas se exibem nesse período do ano. Os ipês inspiram poetas e fazem os campinenses terem a sensação de que estão diante de quadros renascentistas. Em algumas ruas e avenidas, chegam a formar um tapete de flores, e se transformam em cartão postal. No final da tarde, o pôr do sol, ajuda a tornar o cenário mais deslumbrante e convidativo para a reflexão.
O diretor do Jardim Botânico Professor Ivan Coelho Dantas ,da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) , Arnaldo Bezerra, explicou ao PB Agora que este ano no Nordeste, a floração dos ipês, iniciou no dia 22 de setembro e vai até 21 de dezembro.
Durante esse período, segundo ele, a variedade de ipês se destacam pelas cores amarelo, roxo, rosa, o branco. Esse período também é caracterizado pela floração da craibeira, e os jacarandás. O botânico esclarece que mesmo havendo períodos distintos para as floradas, nem sempre é uma regra. Isso porque as influências climáticas, como incidência de chuvas e de frio interferem nas temporadas dos ipês e em alguns anos eles podem florescer ao mesmo tempo.
“A floração dessas espécies vem desabrochar. Inclusive eles desabrocham em diferentes momentos, por conta da influência das mudanças climáticas, do clima, na região, eles não nascem, não florescem todos no mesmo período não” explicou o ambientalista.
Arnaldo observou que o ipê branco branco e amarelo são os primeiros a florescer. Geralmente o ipê amarelo floresce depois.
“São paisagens espetaculares. Quando a gente vê a floração dos ipês aqui no, aqui em Campina Grande, em João Pessoa, na Serra, onde você tá passando, é incrível de se contemplar” destacou.
Arnaldo Bezerra informou que no Jardim Botânico, no Viveiro de Muda, tem todas essas variedades, que são distribuídas gratuitamente com a população, precisando apenas preencher um formulário, e fazer um cadastro com os dados.
E os ipês estão embelezando a cidade em vários pontos. Na avenida Severino Cabral, mais conhecida como Avenida Brasília; assim como na avenida Floriano Peixoto, ou em volta do Açude Velho, cartão postal da cidade, os ipês transformam os logradouros públicos em um imenso jardim ao ar livre.
A paisagem que surge na frente, bem ao alcance dos olhos, é deslumbrante. O espetáculo da floração dos ipês na cidade é de encher os olhos, contrastando-se com o trânsito e a correria das pessoas, principalmente nessa época agitada do ano.
Como acontece todos os anos, o espetáculo da floração dos ipês rosa, amarelo, roxo e branco embeleza Campina. Na Avenida Severino Cabral, a fila de ipês nas cores rosa e amarelo virou um espetáculo proporcionado pela natureza, para deleite dos olhos, sensibilidade e saúde. No final da tarde algumas flores caem formando um tapete no chão. Quando o dia amanhece, o tapete é desmanchado pelo vento. O mesmo acontece em outras avenidas.
O espetáculo, no entanto, é passageiro. Antes mesmo do Natal, a beleza dos ipês vai desaparecer. No começo de dezembro só restarão alguns ipês mais viçosos, que sustentam sua florada escassa por mais uns dias.
Em Campina Grande existem hoje cerca de cinco mil árvores de ipês distribuídas nas ruas, avenidas, praças e residências. As primeiras árvores ipês foram plantadas na cidade há cerca de 30 anos em uma campanha liderada por Roberto Almeida e pela ex-primeira dama Glória Cunha Lima. As mudas foram cultivadas no horto florestal da cidade e quando estavam com um metro e meio de altura foram plantadas.
O ecologista Roberto Almeida conta que o período de floração dos ipês dura apenas um mês. Começa entre o final da primavera e início do verão. Nessa época de transição de estação, segundo ele, todas as folhas das árvores caem, ficando apenas as flores. Com o balanço do vento, as flores costumam cair ao final da tarde formando um tapete de cores no chão. “É lindo. A floração dos ipês é um dos mais belos espetáculos da natureza”, disse o ecologista.
Em João Pessoa, os ipês amarelos que são símbolo da cidade também começaram a florescer. Entre as avenidas Duarte da Silveira, Getúlio Vargas e Lagoa, a Divisão de Arborização da Secretaria de Meio Ambiente (Semam) da Prefeitura de João Pessoa tem cadastradas 175 árvores de ipês. Nos parques urbanos, praças, canteiros centrais e calçadas – consideradas áreas públicas – a Semam tem cadastrados 6.500 ipês, entre tons rosa, brancos e amarelos.
O ipê é uma árvore nativa do Brasil e pode ser encontrada em todas as regiões. A madeira é considerada de excelente qualidade, de cor castanho-oliva, com veios mais escuros. No período da floração a árvore perde todas as folhas, que dão lugar às flores amarelas, brancas e em vários tons de rosa. A árvore costuma florir entre setembro e dezembro, mas por causa das mudanças climáticas, essa floração não vinha se dando de maneira uniforme.
Severino Lopes
PB Agora