Categorias: Cultura

Eu liberaria o disco novo na internet, diz Ney Matogrosso

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“Eu sinto necessidade de um descanso em todos os sentidos: físico, emocional, auditivo. É uma necessidade minha mesmo”. Ney Matogrosso, aos 68 anos, explica que seu novo álbum, “Beijo bandido”, é uma experiência mais íntima do que seu trabalho anterior, o quase roqueiro “Inclassificáveis” .

“E eu também precisava não me repetir, porque se eu me repetir, perde a graça. Eu poderia, foi um show muito bem sucedido, poderia continuar com a banda, pegar outro repertório e fazer outro trabalho pop rock, mas não me interessava”, explica.

O novo disco do cantor é sutil, saem as guitarras e entram instrumentos de câmara. O grupo é menor, são apenas quatro músicos acompanhando Ney. “Eu pedi isso. ‘Leandro (Braga, pianista e diretor musical do disco), a gente poderia ter um violino?’, perguntei. ‘Tudo bem’, disse ele. Pedi também um violoncelo, uma percussão e para ele tocar os teclados. É interessante, porque com essa formação você toca tango, bolero, samba, samba-canção, rock, tudo pode”.

A formação testou o repertório do disco em uma série de shows no Rio de Janeiro. A seleção de faixas é variada em estilos e mesmo épocas, e vai de “Doce de coco”, de Jacob do Bandolim e Hermílio Bello de Carvalho, a “Nada por mim”, de Paula Toller e Herbert Vianna, passando por Cazuza e Bebel Gilberto, Roberto e Erasmo, e Edu Lobo e Chico Buarque.

Ao mesmo tempo, as músicas sobre o amor rejeitado dão ao disco um tom quase conceitual. “A unidade está no texto – eu vejo letra de música como um texto. E existe um assunto que permeia o disco. Eu nunca estou ligado na melodia, eu estou ligado na palavra”, explica Ney.

 

Controle

 

Essa preocupação com o controle segue em outros aspectos do álbum, como o luxuoso encarte e as fotos também foram determinados pelo cantor, que assina a direção artística do disco. O apuro também vai para a nova turnê. “Eu tenho algumas imagens, de fotografias que foram transformadas, trabalhadas no computador. Eu vou ter uma tela enorme atrás e duas laterais, e eu quero projetá-las durante o show”.

Ele atribui essa liberdade de controle ao fato de nunca ter sido um cantor de grandes hits. “É melhor, porque as pessoas não esperam de você o sucesso. Eu podia vender 300 mil discos e estava ótimo, porque com 50 mil ele já estava pago”, lembra.

Ao mesmo tempo, não se preocupa com as mudanças de hábitos de consumo promovidas pela troca de arquivos pela internet e pela pirataria. “Tenho uma parcela de público muito grande de gente de mais idade, e eles gostam disso, de ter o objeto. O formato disco foi afetado pela pirataria. Mas eu observo que as pessoas agora gravam disco e soltam ele inteiro na internet, e isso significa outra maneira de olhar para esse assunto. Eu liberaria o meu, mas não vou brigar com ninguém para liberar”.

A preocupação não é só com a gravadora, mas com os compositores de suas músicas. Além de medalhões, Ney costuma arregimentar novos nomes. É o caso de “Cor do desejo”, faixa de “Beijo bandido” apresentada ao cantor durante um show de Ney em Maceió, pelo compositor Junior Almeida.

“Eu ouço tudo que me dão. Nesse momento em que eu estou lançando o ‘Beijo bandido’ eu tenho um início de repertório para o novo trabalho. Dentro do que eu recebo. Na medida em que as pessoas sabem que eu recebo e ouço, elas me mandam mais, e isso vai colocando à minha disposição um repertório inédito muito interessante. Tenho já três compositores inéditos com músicas muito boas para o meu próximo trabalho”.

G1

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