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João Pessoa, 18 de Março de 2025

Exú – De pai para filho!

Um conflito sangrento entre duas famílias surgiu de maneira terrível no ano de 1949, na cidade de Exu, no alto sertão pernambucano (Serra do Araripe). As famílias Alencar e Saraiva estavam envolvidas nesse conflito. Cerca de quase 60 mortes foram registradas ao longo de aproximadamente três décadas, com muitos inocentes sendo vítimas, tanto de um lado quanto do outro. A morte ceifou jovens e adultos, sem misericórdia… 99% das vítimas eram homens. A disputa envolvia questões como posse de terra, política, entre outras.

Líderes como Dom Avelar Brandão (Bispo Primaz do Brasil), reconhecido como um grande reconciliador de muitas causas dentro e fora da Igreja Católica, tiveram participação na resolução desse conflito. Também o cantor e sanfoneiro Luiz Gonzaga, ícone do forró, foi considerado um apaziguador desse conflito, que, graças a Deus, hoje é apenas parte da história.

A Igreja Betel Brasileiro em Exu, com quase quatro décadas de presença naquela cidade, desempenhou um papel importante na união das famílias Alencar e Sampaio. Muitos membros dessas duas famílias aceitaram a mensagem de amor e pacificação do Evangelho na Igreja Betel, passando a ser irmãos e amigos em Cristo Jesus. Alguns até começaram a se casar entre si. Hoje, descendentes dessas famílias estão espalhados por várias partes do Brasil e do mundo, e muitos deles são pastores, missionários e líderes em diversas áreas. Alguns desses descendentes fizeram seus cursos teológicos no Instituto Bíblico Betel Brasileiro.

Curiosidade: A irmã Lídia Almeida sempre defendeu que, mesmo sendo uma cidade de nome oficial Exú, deveríamos chamar a cidade de “Asa Branca”, em referência à linda canção interpretada por Luiz Gonzaga, com autoria dele e de Humberto Teixeira. Essa música é um clássico do baião e um verdadeiro hino do Nordeste brasileiro. A ideia foi levantada em uma reunião em Exu, na presença de autoridades como o juiz da cidade, o prefeito, padres, pastores, entre outros. O padre da cidade presente explicou o significado do nome “Exú” (espírito do mal e da morte). Também estava presente nessa reunião o filho adotivo de Luiz Gonzaga, Gonzaguinha (naquela época, Gonzagão já havia falecido).

Nessa reunião, o pastor Domires Reis, que pastoreava a Igreja Betel na cidade, também se manifestou, afirmando que a explicação do padre estava correta. No final, foi realizada uma votação, e Gonzaguinha se manifestou, apresentando seu ponto de vista contrário à mudança do nome. Ele argumentou: “Meu pai fez com que o nome Exú fosse conhecido em todo o mundo, principalmente na Europa”, e acrescentou: “Sou contra a mudança.” A maioria votou pela manutenção do nome, e a cidade permaneceu com o nome Exú.

Poucos dias depois dessa reunião, Gonzaguinha sofreu um trágico acidente de trânsito (em 29 de abril de 1991) e perdeu a vida no local do acidente. Foi Exú, o anjo da morte? Não posso afirmar, mas Gonzaguinha, em vida, optou por esse nome.

Na verdade, o nome da cidade não é considerado bonito ou sugestivo, mas, na mente dos cristãos evangélicos, Exú hoje é visto como “Asa Branca”.

Elcio Nunes
Cidadão Brasileiro
@elcionunes (Instagram)


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