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Fãs se despedem de Reginaldo Rossi

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 Fãs do compositor Reginaldo Rossi se reuniram, neste sábado (21), na Rua da União, Centro do Recife, atrás do prédio da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), onde o corpo dele é velado, para homenagear o artista ao som da música brega. Entoando canções com a ajuda de um sistema de rádio de um carro, eles gritavam “Ei, ei, ei, Reginaldo é nosso rei”. Alguns também dançavam e bebiam cerveja enquanto escutavam hits como “Recife, Minha Cidade”, “Ai Amor” e “Garçom”.

A motorista Iara Rodrigues Caldas, 57 anos, mora há 41 em São Paulo, mas veio até o Recife, sua terra natal, para se despedir do cantor. “Estou gostando muito, é uma situação triste, mas acho que estamos fazendo o que ele queria: celebrando as músicas dele em nossa despedida.” Ela voltará para a capital paulista em um voo no domingo (22), mas prometeu acompanhar o cortejo que sairá da Alepe e seguirá até o Morada da Paz, onde uma missa de corpo presente será celebrada antes do sepultamento do músico.

O vendedor Silvério Silva, 53, aproveitou a ocasião para comprar um CD de Reginaldo. “Eu tenho outros, mas pelo que vi esse aqui é só com os grandes sucessos dele. E tenho alguns que nem tocam mais, vou conseguir renovar minha coleção”, explicou. Logo depois, voltou para o centro da festa, onde dançava com uma mulher.

No plenário da Alepe, familiares do compositor recebem artistas, políticos e amigos. O cantor Adilson Ramos chegou ao local no fim da manhã. “Acompanhei ele de perto, com Celeide e Betinho. Ontem [sexta] estava trabalhando e hoje [sábado] quase não tive tempo de vir aqui. Ele é insubstituível, único. É uma pessoa que sempre foi imitado, mas nunca igualado. Estará sempre em nossos corações. É só ir para rua e ver as pessoas gritando ‘Reginaldo, Reginaldo!’ É a coisa mais linda”, comentou.

A dupla Sirano e Sirino compareceu ao velório e cantou as músicas “Pedaço de Mim”, canção favorita deles, e “Garçom”, hit de Reginaldo. “Não bastava perdermos Luiz Gonzaga e Dominguinhos, agora perdemos Rossi, que cantava tanto sobre Pernambuco”, disse Sirano. “Às vezes a letra era pequena, mas tinha um sentimento e valor muito grande”, acrescentou Sirino.
“Ele tinha um carinho todo especial pelo Recife. É uma grande perda para nós. Muita gente gosta de Reginaldo, ele alegrou muito a nossa cidade e levou o nome do Recife para o mundo. Gostava da nossa cidade, cantava muito ela, fazia questão de fazer vários shows. O Recife hoje está triste com a perda dele, mas precisamos nos inspirar na alegria dele”, comentou o prefeito do Recife, Geraldo Julio.

O arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, chegou à Alepe por volta das 9h. Emocionado, disse que Rossi vivia intensamente e isso deveria inspirar seus fãs. “Ele vai fazer muita falta, com certeza, pois o carisma dele não era comum. Ele contagiava a todos. Vim de espontânea vontade para rezar um pouco com os parentes, lhes dar força. Ele viveu intensamente e devia ser um exemplo. Teve muitas dificuldades na vida e as superou.”

A previsão é que o caixão com o corpo do cantor deixe a Assembleia às 15h, com destino ao Cemitério Morada da Paz, em Paulista, Grande Recife, onde ocorrerá o sepultamento.

Falência múltipla
Rossi morreu na manhã desta sexta-feira, no Recife, de falência múltipla de órgãos, decorrente das complicações de um câncer no pulmão direito. O velório será realizado a partir das 19h desta sexta-feira, no plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco, na Rua da Aurora, bairro da Boa Vista, área central do Recife.

O médico Jorge Pinho, um dos integrantes da equipe que tratou do artista, contou que o paciente vinha melhorando, mas, na quinta-feira (19), apresentou fadiga muscular e insuficiência respiratória, com queda no oxigênio. “Por isso nós tivemos que interceder para fazer nova intubação. Ele teve que respirar com a ajuda de aparelhos, tivemos que sedar o paciente, porque faz parte do protocolo”, esclareceu.

De acordo com Pinho, Reginaldo estava sedado, cercado de cuidados devido a essa piora no quadro clínico. “Mesmo com a hemodiálise sendo realizada, os rins dele não vinham respondendo. Ele estava anúrico, ou seja, sem urinar nada. Todos os órgãos têm que participar em harmonia para haver sucesso do tratamento”, afirmou.

G1

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